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Nacional
Quinta - 02 de Dezembro de 2004 às 10:19

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A frota de ônibus do transporte coletivo urbano em todo país terá de se adaptar para atender aos mais de 26 milhões de portadores de deficiência. A frota brasileira é uma das maiores do mundo e conta com 115 mil ônibus urbanos, mas as empresas não são obrigadas a adaptar os veículos para receber os usuários de cadeira de roda.

"O que o país usa hoje são veículos acessíveis utilizados em grandes sistemas, de grandes corredores ou sistemas troncais. O que estava faltando era exatamente o veículo convencional ser acessível", afirma o diretor de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Renato Boareto.

Em comemoração ao Dia Internacional do Portador de Deficiência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai assinar, nesta quinta-feira (2), dois decretos que regulamentam atividades de comunicação, habitação e de transporte coletivo para deficientes. "O país tem uma perspectiva, de em até dez anos mudar o transporte público das cidades, considerando que os países da Europa demoraram 20 anos para obter esse avanço. Um avanço histórico importante", ressalta.

Uma pesquisa divulgada pelo ministério nesta quarta-feira (01) revela que apenas 4,5% da frota de ônibus da 218 cidades avaliadas é adequada para receber usuários de cadeiras de roda. "A lei aponta a necessidade da produção de veículos acessíveis e essa discussão é a que nós estamos fazendo, já há quase um ano, com as indústrias brasileiras", informa o diretor.

Para o ministroda Cidade, Olívio Dutra, é preciso criar uma cultura com a implementação de ações continuadas, inclusive com a conscientização das indústria de equipamentos de transporte para a mudança de papel na sociedade. "Os chacis, a carroçagem, a máquina, o motor têm que levar em conta que o ser humano é o objetivo principal do atendimento no transporte", destaca o ministro.

Ele lembra que outro desafio ainda será derrubar as barreiras arquitetônicas nas cidades, incentivando a construção de rampas e pistas de acesso. O levantamento realizado mostra que 193 cidades implantaram o acesso com rampas. "Construir rampas apropriadas não só nas ruas e nos calçamentos, mas também nos edifícios e nos conjuntos habitacionais. É toda uma concepção que tem que ser praticada", afirma Olívio.

O engenheiro mecânico aposentado, Edimir Alves, possui uma doença genética grave, que causou a atrofia dos músculos de sua perna. Ele revela que a dificuldade do deficiente passa também pela necessidade de se tornar visível para sociedade. "O principal problema é dar visibilidade a que as pessoas portadoras de dificiência adquiram a sua cidadania. Isso só com muita conscientização", avalia o engenheiro, que há mais de 25 anos utiliza de cadeira de roda.

Edimir lembra que mesmo em cidades modernas e projetadas, como Brasília, ainda existem problemas de acesso para os deficientes. "Onde tem uma rampa, geralmente, tem um poste com semáforo no meio da rampa. Não há conscientização de que aquilo serve para uma pessoa portadora de deficiência", reclamou ele.

Além do pacote de leis, o governo também vai lançar um manual para sensibilizar motoristas e cobradores de ônibus sobre como lidar com o portador de deficiência. A intenção é distribuir 100 mil livretos que ajudem a melhorar o relacionamento dos portadores de deficiência de ônibus e táxi no Brasil.




Fonte: Agência Brasil

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