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Meio Ambiente
Quarta - 01 de Dezembro de 2004 às 13:24

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O projeto de integração da bacia do rio São Francisco com outras bacias do norte nordestino desperta desconfiança em setores da população ribeirinha. As comunidades que dependem do São Francisco para viver querem ter a garantia de que a integração não diminuirá o volume das águas.

O pescador Pedro Alves da Costa, presidente da colônia de pescadores Z- 41 e membro do Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco, conta que os colegas do baixo São Francisco têm presenciado uma série de períodos de seca no rio. De acordo com ele, fora da represa da barragem de Sobradinho, só há peixe em tempo de enchente.

"Era preciso agora uma recuperação dos afluentes, reflorestamento, educação ambiental, antes de pensar em transposição", acredita o pescador. "A população ribeirinha olha para o rio como se fosse uma coisa deles, é como se estivesse mexendo com um filho, com a mãe. Há um medo muito grande de uma obra que venha trazer problema pro rio."

Juliana Sarti Roscoe, geóloga do Ministério da Integração Nacional, argumenta que o percentual de água retirada pela integração não será significativa e que a população da área onde a água será captada não terá prejuízos.

"O balanço hídrico da bacia é equilibrado, o que acontece é que no alto São Francisco, como você desmatou muitas áreas, quando chove as águas escoam rápidamente para a calha do rio e ela fica parada no reservatório de Sobradinho", explica a geóloga. "Para a população que vive nessas regiões muito desmatadas, surge a impressão de que você tem menos água, mas, na verdade, a água escoa mais rápido, um processo que a própria exploração da região causou."




Fonte: Agência Brasil

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