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Economia
Quarta - 01 de Dezembro de 2004 às 03:40

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O pacote de salvamento que o governo prepara para a Varig prevê a divisão da companhia em duas partes - uma englobando os ativos e outra, as dívidas - e financiamento de cerca de US$ 1 bilhão aos futuros novos controladores da empresa, segundo sindicalistas e uma fonte ligada ao Ministério da Defesa.

Deste total, entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões seriam usados para a demissão de todos os cerca de 11,5 mil funcionários da atual Varig, que tem patrimônio negativo de R$ 6,6 bilhões e enfrenta fortes dificuldades financeiras.

Numa segunda etapa, os funcionários seriam recontratados pela nova empresa, mas sindicalistas dizem que não há garantias de que todos sejam readmitidos.

O projeto foi apresentado nesta terça-feira pelo ministro da Defesa e vice-presidente da República, José Alencar, a interessados no caso Varig, como o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigoto (PMDB), e sindicalistas da Força Sindical e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Segundo sindicalistas que estiveram na reunião, a proposta ainda não foi levada à aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"O ministro (Alencar) nos disse que quer primeiro ouvir a opinião de todos os interessados antes de efetivamente encaminhar a proposta ao presidente", afirmou o presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo, Uébio José da Silva, ligado à Força Sindical. Segundo ele, Alencar não teria indicato que pode alterar o projeto.

Procurado, Alencar informou por meio de sua assessoria de imprensa que não comentaria o assunto.

JOIO E TRIGO

O projeto apresentado por Alencar aos sindicalistas inclui a divisão da companhia em duas partes, informou a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio.

Uma, denominada Nova Varig, englobaria a central de milhagens Smiles, os bilhetes vendidos e o fundo de pensão Aeros. Essa empresa, com boas condições financeiras, seria vendida a novos investidores que, por sua vez, receberiam o financiamento do BNDES.

Segundo Graziella, Alencar informou que até agora as concorrentes TAM e Gol já mostraram interesse em adquirir a nova empresa.

A segunda parte da empresa, essa englobando todos os passivos e dívidas, seria liquidada extrajudicialmente. Deste modo, explicou a fonte, a Nova Varig teria uma espécie de blindagem contra as atuais dívidas.

De acordo com a fonte, esse projeto poderá ser feito via Medida Provisória ou Projeto de Lei e busca alterações para o setor aéreo como um todo, sobretudo envolvendo o Conselho de Avisação Civil (Conac) e o projeto da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em discussão no Congresso Nacional.




Fonte: Reuters Investor

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