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Internacional
Quinta - 18 de Novembro de 2004 às 15:53

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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, detalhou nesta quinta-feira, pela primeira vez, sua reforma política, e destacou que seus objetivos são unir os interesses regionais e federais e desenvolver o incipiente pluripartidarismo russo.

Em entrevista aos jornalistas mais famosos dos três canais de televisão de maior difusão, Putin ressaltou que suas iniciativas "de maneira alguma respondem aos interesses do chefe de Estado de conseguir privilégios adicionais ou poderes em nível regional".

O presidente disse que a questão é "a eficiência do sistema atual", cujos erros notou já em 1999, quando liderava o governo da Rússia.

Referindo-se a sua proposta de abolir a eleição direta dos governadores, que seriam nomeados pelos respectivos parlamentos a partir de propostas do chefe de Estado, Putin insistiu que "não se trata de desconfiança da capacidade das pessoas de escolherem seu dirigente".

"Ultimamente, tenho acompanhado com alarme a crescente influência de diversos grupos e clãs econômicos sobre a administração regional", observou.

O presidente da Rússia afirmou que os governadores e presidentes dos territórios e repúblicas que integram a Federação da Rússia sentem o mesmo e também estão alarmados.

A ameaça terrorista, acrescentou, impõe a tarefa de "criar um sistema de poder e gestão que impeça, de modo preventivo, a erosão de nossa sociedade e de nosso Estado e a destruição de nossas estruturas estatais". "Devemos criar um sistema de poder que seja sensível aos problemas regionais e sinta como próprios os interesses de toda a nação" russa."

O objetivo, insistiu, é "encontrar a forma de garantir o balanço dos interesses regionais e nacionais de toda a Federação Russa".

O presidente disse duvidar que a população não compreenda os objetivos da reforma que propõe, mas admitiu a "falta de explicações da essência das reformas e dos motivos das propostas". "As pessoas querem que o poder seja mais eficaz na solução dos problemas que os cidadãos enfrentam em sua vida cotidiana", ressaltou.

Putin também insistiu na necessidade de abolir as eleições legislativas por circunscrições, que agora elegem metade dos deputados da Duma (câmara baixa da Assembléia Legislativa).

"Enquanto não tivermos uma sociedade civil e um sistema pluripartidarista, a eleição será entre pessoas agradáveis, menos agradáveis ou mais agradáveis, e não entre idéias e enfoques políticos."

O pluripartidarismo permitirá que "todos os problemas étnicos, econômicos e religiosos se diluam e se fundam em uma mesma massa", disse.

"Precisamos que todos os que pretendam se dedicar à política não o façam em segredo nem se camuflando em considerações étnicas ou religiosas, mas por vias políticas legais e através de partidos políticos", afirmou Putin.

A proposta, portanto, é que "todo aquele que quiser se dedicar à política se apresente às eleições em chapas de partidos e sem esconder as idéias que defende e apóia".

Putin insistiu, ao mesmo tempo, que a Constituição não deve ser mudada em um futuro imediato, pois ela permite "formar os organismos de poder e direção do modo que considerarmos mais conveniente".

Por último, o presidente assegurou que seu desejo é que "o poder (no país) seja equilibrado, seu funcionamento eficaz, que solucione as tarefas exigidas pelos cidadãos e que seja sensível às necessidades do povo". "Acredito que saberemos dar um importante passo nesta direção."




Fonte: EFE

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