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Politica Brasil
Terça - 16 de Novembro de 2004 às 11:43
Por: João Carlos Caldeira

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Não é novidade para ninguém que o Brasil tem uma das maiores cargas tributária de todo o mundo, gasta mal e tem uma distribuição de renda injusta. Nos últimos quatro anos, a carga tributária nacional elevou-se em mais de 34%. Saímos de 32% do Produto Interno Bruto-PIB, para 43%.

Amigo (a) leitor (a), você tem idéia do que é isso? Acho que não! Do valor de tudo que se produz no país (serviços, indústria, agronegócio, exportações, etc...), 43% ficam com o estado, através de impostos, contribuições, taxas e dezenas de outros nomes.

Noutro dia, ouvi de um grande especialista tributário deste país Ivens Gandra, numa entrevista no programa Jô Soares da Rede Globo, um exemplo que ilustra a realidade: é como se nós trabalhássemos de Janeiro a Maio, de graça, para o governo. Não Seria melhor então ficar de férias todo ano de Janeiro a Maio?Além disso, trabalha-se cada vez mais para comprar os serviços privados que deveriam ser públicos.

O que me intriga é que continuamos aceitando passivamente essa situação que beira o limite da irracionalidade. Os empresários, por exemplo, que são um segmento bem informado, fortalecido através de seus sindicatos e federações e financia a campanha de centenas de políticos brasileiros, não consegue reverter à situação.

Uma medida simples e que traria um impacto positivo, seria a obrigação de discriminar em toda e qualquer venda de produto ou serviço o valor correspondente ao imposto, como ocorre em países desenvolvidos como Estados Unidos e na França, por exemplo. De um pãozinho a um automóvel zero quilômetro!

Quando você, cidadão Mato-grossense, verificar que ao comprar um automóvel de mil cilindradas (popular), você está deixando 44% do seu precioso e suado dinheiro para o governo, ou então quando abastecer o tanque do novo carro e verificar que 53% do valor da gasolina vai, direto para o bolso do estado, aí então quem sabe, ficará indignado, enfurecido, transtornado e consciente de seu papel, irá exigir melhores condições de saúde, segurança, educação e transporte de quem o governa.

Há poucos meses tivemos uma elevação brutal na alíquota da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social-Cofins, de 3% para 7,6% e o que aconteceu? Os empresários repassaram seu aumento de custo aos produtos e serviços e o consumidor até percebeu que houve aumento de preço, mas não que o governo deu uma nova abocanhada em seu exaurido bolso.

Desde o mês de Julho deste ano, uma exposição em praça pública na cidade de São Paulo, tenta mostra ao consumidor que ele não sabe quanto deixa para o governo quando compra qualquer coisa. Diversos produtos são apresentados com o preço que deveria ser vendido e o valor do imposto cobrado pelo estado. Será que nós aqui em Mato Grosso não poderíamos copiar a idéia?

Quando o cidadão e contribuinte Mato-grossense tiver consciência de quanto paga e de que maneira está sendo utilizado o seu dinheiro, deixará a ignorância de quem tanto trabalha para sustentar o estado e passará a exigir cada vez mais eficiência e transparência na administração pública.

Isso é que é democracia!

João Carlos Caldeira
Empresário, jornalista, professor universitário.
E-mail: joaocmc@terra.com.br




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