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Polícia Brasil
Quinta - 11 de Novembro de 2004 às 09:31
Por: CARLOS MARTINS E JOANICE DE DE

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Uma força-tarefa composta pela Polícia Federal, Ministério da Previdência Social e Ministério Público Federal desarticulou ontem uma quadrilha que vendia certidões negativas de débito beneficiando de maneira fraudulenta empresas que deviam para o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Na operação, desencadeada simultaneamente em cinco estados, foram presas nove pessoas, dentre os 13 mandados de prisão temporária expedidos pela Justiça.

Um dos presos, o cérebro do esquema, é o procurador-chefe do INSS em Mato Grosso, Álvaro Marçal Mendonça. Ele foi detido em Bombinhas, uma praia em Santa Catarina. Além das prisões, o juiz José Pires da Cunha, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, autorizou 17 mandados de busca e apreensão, dos quais 12 em Cuiabá, onde foram apreendidas dezenas de caixas com documentos fiscais e financeiros, agendas e computadores. Pela manhã, agentes federais fecharam três andares do prédio do INSS em Cuiabá. Em um dos andares, o sétimo, funcionava o gabinete de Álvaro Mendonça.

Chamada de Operação Midas, a investigação levou um ano e mobilizou desde as 6h de ontem 70 policiais, dos quais 45 vieram do Rio de Janeiro e de Brasília num avião da FAB.

Em Cuiabá foram presas quatro pessoas: Vandimilson Miguel dos Anjos (intermediário), o engenheiro Joel de Barros Filho, Cleber de Almeida Bastos (gerente Banco Bradesco) e James Santos Funaro (funcionário da Rosch Administradora de Serviços e Informática). Agentes prenderam em Bombinhas (SC) o procurador do INSS em Mato Grosso, Álvaro Marçal Mendonça; em Itu (SP) foi preso Heribaldo Menezes de Santana (dono da HMS Ltda); em Dourados (MS), o funcionário de Heribaldo, Luís Fabiano Arantes Cassulino, e em Goiânia os agentes prenderam dois funcionários do escritório Advocacia e Tribunais, Alessandro Bernardes Machado e Rodrigo Jorge.

Dos cinco integrantes presos em outros estados, quatro chegaram ontem por volta das 20 horas no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande. Um avião da Polícia Federal decolou de Itajaí e fez escalas em Campinas e Goiânia. Por causa do mau tempo, o avião não pôde aterrissar em Dourados (MS) para o embarque de Cassulino. Para a delegada Mirânjela Batista Leite, chefe da Divisão de Repressão de Crimes contra a Previdência, que participou da operação ao lado do delegado Renato Sayão, a prisão de um funcionário de carreira do INSS num alto posto, como o de procurador-chefe, foi o diferencial. Desde que se decidiu pela instalação de forças-tarefas para combater as fraudes contra a previdência, em geral as pessoas presas ocupavam cargos de auditores ou de funcionários administrativos. Atualmente, existem 19 forças-tarefas atuando no país.

À tarde, na sede da Superintendência da Polícia Federal, Mirânjela e Sayão participaram de uma coletiva à imprensa ao lado do superintendente em exercício da PF em Mato Grosso, Marcos Antônio Farias, ocasião em que deram detalhes da operação.

Escritórios de consultores e advogados localizados em Cuiabá, Goiânia e São Paulo intermediavam os contatos. Com base nos documentos apreendidos na sede do INSS em Cuiabá, e nos escritório e residência de outros acusados, a polícia vai investigar se as fraudes foram cometidas também em outros Estados e se estenderam a outros órgãos da União.




Fonte: Diário de Cuiabá

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