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Economia
Sexta - 05 de Novembro de 2004 às 08:26

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O gás de cozinha pode ter aumento de até 6,7% em decorrência do reajuste salarial concedido a funcionários da categoria no mês passado. Em Mato Grosso o setor espera um reajuste de pelo menos 15% no preço do produto para, segundo o Sindigás (Sindicato dos Distribuidores), ‘poder sair do sufoco de dois anos de congelamento, que coloca todos os segmentos na mesma situação’. Uma distribuidora ouvida pela Folha do Estado negou aumento, apenas ‘corte de incentivos a revendedores’.

O percentual representa um reajuste de R$ 1,92, levando em conta o custo médio registrado pela pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo) nos pontos de revenda do botijão em São Paulo. Hoje, o preço médio do botijão de 13 kg é de R$ 38 na Grande Cuiabá. Com o reajuste, o preço do botijão deve passar a custar R$ 40,50.

“O aumento esperado não é 6%, mas pelo menos 15%, para dar uma aliviada. Porque se aumenta a margem deduz-se que aumentará o lucro. Imagine um produto com dois anos sem aumentar o ganho do empresário e os custos subindo... A classe está quebrada. Sobe o preço do pneu sobe, do telefone, do frete, menos do gás. Isso gera uma quebradeira geral. Por isso a classe espera um aumento”, destaca o presidente do Sindigás-MT, Moacir Santos.

Segundo Santos, os distribuidores trabalham com margem bem apertada. “Já estão trabalhando quase no vermelho. A classe de modo geral espera um aumento iminente. O dia e a hora não sabemos. E também da própria Petrobrás, que disse estar no vermelho e segurou o preço por causa das eleições”, disse.

Preço e impostos – “O preço do gás é livre. Não é mais tabelado. É uma liberdade vigiada pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Faz muito tempo que o governo não intervém no mercado porque a briga é acirrada. A demanda é grande e quem vender mais caro perde cliente”, frisa.

O presidente reclama que os impostos respondem por quase 50% do valor do botijão (47,9%). “Hoje a pauta do gás é mais ou menos R$ 39,40 que, multiplicados por 17% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), dá R$ 6,70 num botijão. Não sei se o governo precisa cobrar tanto pelo gás. O Vale-Gás se acaba só com o ICMS, ou seja, os pobres mato-grossenses não têm esse privilégio”, critica. Santos ainda cita o frete, que gira em torno de R$ 4,5 por botijão, mais os impostos municipais, estaduais e federais e conclui: “Se não fossem os impostos, o gás poderia ser vendido a R$ 20. Não estamos em bons dias. Estamos sobrevivendo. Não só a gente, mas todos os segmentos”, critica, citando uma queda de 15% nas vendas em 2004.




Fonte: Folha do Estado

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