Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Economia
Quarta - 03 de Novembro de 2004 às 11:11

    Imprimir


A obtenção de uma declaração uníssona e concreta de apoio econômico e político ao Haiti é a principal expectativa brasileira para o documento final a ser aprovado na 18ª reunião do Grupo do Rio, que começou ontem (2) e segue até a próxima sexta-feira (5), no Rio de Janeiro. "Queremos obter a plena admissão de que essa tarefa de recuperar o Haiti é responsabilidade de todos", afirmou à Agência Brasil o embaixador Luiz Felipe Macedo Soares, adjunto do chanceler Celso Amorim na presidência pró-tempore do grupo exercida este ano pelo Brasil.

O evento no Rio reúne representantes do Brasil e de outros 18 países das Américas do Sul e Central, além do Caribe e México. Soares, que no Itamaraty ocupa o cargo de subsecretário geral para a América do Sul, lembra que a reunião pode significar um passo importante também na aproximação econômica desses países. "Depois do protocolo assinado com o Pacto Andino, já estão dadas as condições para que a América do Sul venha a ser uma área de livre-comércio. Agora, vamos avançar com a América Central e o Caribe. Com o México, também já teremos uma primeira reunião no começo de 2005".

Encarregado no Itamaraty das negociações em torno da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), Soares prevê que as articulações operadas pelo Brasil e pelo Mercosul ao longo de 2004 deverão pesar nas futuras negociações com os Estados Unidos. "Influencia muito que nós já cheguemos à mesa com o Mercosul fortalecido e já tendo conversado com os caribenhos e centro-americanos. No início deste ano, a situação era outra".

O embaixador destaca ainda como prioridades brasileiras para constar do documento final do encontro o apoio a duas propostas. Primeiro, a ação mundial contra a fome e a pobreza, defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em reunião paralela à Assembléia Geral das Nações Unidas no último mês de setembro, em Nova York. E, além dessa, a idéia de "mecanismos inovadores de financiamento", o que inclui o conjunto de mudanças que o Brasil vem defendendo nos foros internacionais quanto aos cálculos feitos pelos organismos de financiamento no orçamento público de países em situação de endividamento.

Hoje, gastos com infra-estrutura são considerados despesa. O Brasil propõe que eles passem a ser contabilizados como investimento. Isso traria benefícios em casos como o ranking de risco-país, que dá aos investidores uma avaliação sobre a segurança ou não de emprestar dinheiro a um governo. Sendo considerados menos endividados, os países poderiam contrair empréstimos a juros mais baixos, gastando menos dinheiro com a rolagem da dívida, o que auxiliaria na criação de um círculo virtuoso de crescimento.




Fonte: Agência Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/368358/visualizar/