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Politica Brasil
Terça - 02 de Novembro de 2004 às 11:05
Por: Adriana Vandoni Curvo

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Semana passada recebi um e-mail de uma leitora me repreendendo pelas críticas ao PT. Disse que eu deveria ser imparcial.

- Cara leitora, quem jura imparcialidade ao assumir o ofício e que deveria assim proceder é o judiciário. Não sou juíza, que precisa se limitar aos autos e jamais falar fora deles. Eu emito opinião. Não existe essa imparcialidade virginal que você me cobra. Convenhamos, quando se tem a função de emitir seu ponto de vista sobre algo ou alguém, ser imparcial é tarefa sobrenatural. Cada um dos meus escritos está lastreado nos valores e princípios que acredito. Estaria errada se deturpasse ou fizesse críticas infundadas. Quem fazia isso era o PT quando na oposição, quando era contra apenas para ser contra.

A imprensa na sociedade democrática, que ainda somos, assumiu uma posição fiscalizadora e tem a obrigação de criticar, incomodar, descobrir as incompetências administrativas e cobrar ações dos governantes. Deve mostrar os desmandos, as gestações autoritárias. Tem a obrigação de impedir que aspirantes a tiranos tenham êxito.

Assim entendo minha função. Bem diferente da parcialidade exigida em tempos, não tão distantes, na época em que se criavam slogans do tipo “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Ou como o agora ministro Gushiken, tenta recriar com a sua “agenda positiva” comandos do tipo “o brasileiro é não desiste nunca”, mostrando obras ilusórias a lá “Amaral Netto, o repórter”, como Duda Mendonça tentou nos enfiar “goela abaixo”. Tudo para fazer o povo acreditar que vive em um país em franca prosperidade, acreditar que é feliz e passar a trabalhar mais, produzindo mais riquezas e, por conseqüência, tornando-se mais feliz. Lindo pensamento! Só que idéias desse tipo têm valia na Coréia do Norte, China ou Cuba.

Por isso, cara leitora, elogios só quando muito merecidos, já que para eles existem pessoas muito bem pagas que, entre uma briga de galo e outra, executam muito bem a função.

Completando seu questionamento, não sou filiada a nenhum partido político. Apenas tenho o bom senso de procurar a incompetência e os desmandos, onde eles estão. Ora, desde que assumiu o governo federal, o PT vem revelando seus traços autoritários e falaciosos. Por trás daqueles sorrisos marotos e discursos sofistas, sem conteúdo ou razão, existe um quê de fúria contida, que aguardou a conquista do poder para se manifestar. Que o diga o camarada Josef Dirceu ou o valete Frei Betto e tantos outros.

Mas, é preciso reconhecer que nenhum partido político em toda a história do Brasil demonstrou tamanha capacidade de mobilização e tamanha virulência para se expandir como o PT vem demonstrando, mesmo que apoiados em mentiras e maracutaias. O problema é que o único objetivo é o poder, nada mais que o poder. Isso transforma essa capacidade de mobilização em uma competência perversa.

Quando essa perversa competência de mobilização é aliada a um passado de bravatas e ao objetivo único de perpetuação no poder, cara leitora, o preço a pagar será alto e debitado na conta de todos, até na minha que não me iludi e nem me deixei influenciar pelos discursos fáceis e vazios.

Adriana Vandoni Curvo

http://argumento.bigblogger.com.br




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