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Internacional
Terça - 02 de Novembro de 2004 às 04:50

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O presidente do Irã, o moderado Mohamed Khatami, advertiu à União Européia (UE) que a solução para o conflito sobre o programa nuclear iraniano passa "pelo reconhecimento do direito do Irã de produzir energia nuclear". "Se a UE reconhecer nosso direito de produzir energia atômica para fins pacíficos, estaremos dispostos a oferecer garantias ao mundo e à Europa de que não objetivamos a aquisição de armas nucleares", disse Khatami aos jornalistas.

Os Estados Unidos acusam o Irã de ocultar um programa secreto cujo objetivo é a construção de um arsenal de armas não convencionais, e pressionam a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a ONU a sancionar o regime de Teerã.

"As negociações não podem ser prolongadas indefinidamente. É preciso estabelecer um calendário. Mas sou otimista, acho que é possível chegar a uma solução", ressaltou Khatami. Representantes da Alemanha, do Reino Unido e da França se reuniram no mês passado com colegas iranianos em Viena em uma primeira rodada de diálogo que terminou sem resultados, mas com "boas impressões" em ambos os lados.

Está previsto que as conversações sejam retomadas no dia 5 de novembro, em Paris. A UE exige que o Irã suspenda seu programa de enriquecimento de urânio, e, em troca, se ofereceu para fornecer combustível nuclear ao Irã para que o utilize em suas centrais elétricas.

O governo presidido por Khatami, como medida de "confiança", interrompeu há quase um ano, de forma temporária, o seu programa de enriquecimento de urânio, mas agora se recusa a adotar por tempo indeterminado a iniciativa. "Caso se decida a suspensão, deve ser voluntária. Não se pode falar de uma suspensão total ou obrigar uma

suspensão" do programa, ressaltou Khatami. O governo de Khatami luta contra a forte oposição interna dos conservadores, que no domingo passado conseguiram aprovar no Parlamento um projeto de lei que pretende obrigar o Executivo a anular a suspensão temporária do enriquecimento.

No próximo dia 25, a Junta de Governadores da AIEA se reunirá para decidir se o Irã cumpriu o que lhe foi exigido. Caso a resposta seja negativa, o órgão poderá levar a polêmica ao Conselho de Segurança da ONU.




Fonte: Agência EFE

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