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Internacional
Segunda - 01 de Novembro de 2004 às 08:43

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A China atacou na segunda-feira, véspera da eleição presidencial norte-americana, a "doutrina Bush", afirmando que a guerra contra o Iraque arruinou a coalizão mundial antiterror e culpando a arrogância do governo Bush pelos problemas que atingem os Estados Unidos mundo afora.

O comentário crítico, feito por um importante membro do governo chinês em artigo de jornal, foi o mais perto que o país asiático chegou de se posicionar a respeito do pleito norte-americano.

O texto não mencionou o candidato da oposição, John Kerry (Partido Democrata), que enfrenta o atual presidente George W. Bush (do Partido Republicano) no pleito de terça-feira.

"As dificuldades atuais dos EUA no Iraque servem de exemplo para mostrar que, quando a superioridade psicológica de um país infla-se para além de sua capacidade real, muitos problemas podem surgir", escreveu Qian Qichen, um dos principais arquitetos da política externa da China. O artigo foi publicado no China Daily.

"Mas os problemas e desastres encontrados pelos EUA não advêm da ameaça de outros, mas do excesso de confiança e da arrogância deles mesmos".

Os EUA estavam sonhando se pensavam que o século 21 seria o século norte-americano, disse Qian, ex-ministro das Relações Exteriores apontado como responsável por ter tirado a China do isolamento diplomático, depois da violenta repressão às manifestações pró-democracia realizada na praça da Paz Celestial, em 1989.

A invasão do Iraque "fez dos EUA um país ainda mais impopular na comunidade internacional do que a sua guerra ao Vietnã", afirmou a autoridade chinesa.

"FIM DE UM IMPÉRIO"

Qian previu que a estratégia dos EUA de ataques preventivos traria insegurança e acabaria provocando a decadência do "império americano".

"A guerra contra o Iraque também destruiu a coalizão mundial antiterror, formada com grande custo", acrescentou Qian, afirmando que a ação bélica provocou um aumento da atividade terrorista no mundo e afastou os norte-americanos dos europeus.

A China expressou por várias vezes sua oposição às tendências unilateralistas do governo Bush e ficou ao lado da França e da Alemanha na oposição à guerra contra o Iraque.




Fonte: Reuters

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