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Nacional
Sábado - 30 de Outubro de 2004 às 06:05

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Mais seis toneladas de material apreendido pela Polícia Federal na Operação Chacal contra a empresa de investigação Kroll Associates chegaram a Brasília hoje. O material será periciado pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC).

Outras três toneladas apreendidas na quarta-feira já estão sendo analisadas pela PF. Ainda não há data para a divulgação do resultado das investigações. "A investigação da Polícia Federal pode durar alguns meses", admite a assessoria de comunicação do órgão.

De acordo com a assessoria, o material deve esclarecer as supostas irregularidades cometidas pela Kroll. A empresa teria sido contratada pela operadora de telefonia Brasil Telecom e pelo fundo de investimentos Opportunity para espionar a Telecom Itália.

A apreensão dos equipamentos aconteceu em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Ribeirão Preto (SP). Objetos das casas da executiva da Brasil Telecom, Carla Cicco, e do presidente do Banco Opportunity, Daniel Dantas, foram levados à PF. Os mandados foram expedidos pela 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo.

A PF também vai intimar o dono do grupo Opportunity, o banqueiro Daniel Dantas e a presidente da Brasil Telecom Carla Cico para prestarem depoimento em Brasília. Eles terão que dar explicações sobre a contratação da empresa Kroll Associates para fazer espionagem no Brasil.

A ação teve início após o pedido de concordata da Parmalat. A Polícia Federal investigava as relações entre a Telecom Itália e a fábrica de laticínios, quando descobriu que a Kroll havia sido contratada para monitar a empresa. Segundo reportagens publicadas pela imprensa em julho, funcionários do primeiro escalão do governo federal também teriam sido espionados pela Kroll. A empresa é suspeita de agir ilegalmente e cometer crimes, como oferecimento de vantagem a testemunhas e quebra de sigilos bancário e sigilo telefônico. A lei que regula a interceptação telefônica no Brasil restringe o seu uso a autoridades e exige a determinação judicial.

Em nota oficial publicada na quinta-feira, a Kroll afirma que não cometeu nenhuma prática ilícita. "As investigações foram conduzidas legalmente, através da análise de documentos públicos, entrevistas e conversas informais. A empresa jamais utilizou qualquer prática contrária à legislação brasileira, tal como grampo telefônico ou quebra de sigilo eletrônico."




Fonte: Agência Brasil

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