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Politica Brasil
Quinta - 28 de Outubro de 2004 às 19:01
Por: RAQUEL TEIXEIRA

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Em entrevista ao canal de TV por assinatura Bloomberg News, de Nova Iorque (EUA), na tarde desta quinta-feira (28.10), o governador Blairo Maggi destacou, dentre outros pontos prioritários de sua gestão, a preocupação em garantir infra-estrutura ao Estado como forma de garantir a atração de novos investimentos a Mato Grosso. Maggi ressaltou também a inclusão social, o programa de reforma de reforma agrária implementado pelo Governo, além da preocupação com o meio ambiente.

A entrevista foi concedida aos jornalistas Francisco Marcelino e Michael Smith, que abordaram a atuação do grupo Amaggi no cenário econômico mundial, a questão da biossegurança e o emprego da tecnologia na produção de alimentos, além da capacidade produtiva de Mato Grosso, que é o maior produtor de soja e segundo de arroz no País. Sobre o cultivo de grãos transgênicos, Maggi afirmou que o Brasil não pode ficar fora da corrida tecnológica.

"Mato Grosso aguarda a aprovação final da Lei de Biossegurança e o mercado é que irá regular a questão do consumo de alimentos transgênicos. Reconhecidamente, a soja transgênica é mais barata para produzir. Tem alguma resistência a mais que a soja tradicional e não é o produtor que vai pagar essa conta", argumentou.

Na entrevista, Blairo Maggi frisou que é cumpridor da legislação ambiental, e que é possível conjugar desenvolvimento econômico com preservação ambiental. Nós temos uma legislação brasileira que é muita clara e muito rígida: tem que deixar 80% dessas áreas como reserva. A legislação diz e nós temos que obedecer", afirmou, ao falar da determinação legal sobre preservação de 80% de área de floresta e de 35% de cerrado.

Sobre a questão agrária no País, Maggi afirmou que a reforma conduzida pelo Incra é mal-elaborada ao não levar em conta as distâncias em que são implantados os assentamentos, deixando as famílias sem assistência e longe dos centros urbanos. O governador citou como exemplo bem-sucedido o programa do setor que é desenvolvido pelo Governo do Estado - o Nossa Terra, Nossa Gente, que concede áreas de 2 a 3 hectares a pessoas com mais de 45 anos - e que têm dificuldades de ingressar no mercado de trabalho urbano e que, demonstrem aptidão pela a lida no campo.

O programa de regularização fundiária rural está formando vilas rurais, próximas às cidades, visando a reduzir o desemprego e desacelerando o êxodo rural, garantindo com isso a estabilidade econômica das famílias. Além de proporcionar às famílias de agricultores, que vivem no entorno da cidade e periferias, suporte técnico e respaldo legal para voltar a trabalhar no campo. "A proximidade com as cidades faz com essas famílias possam vender o excedente do que produz e estejam mais próximas de toda e qualquer assistência que possam necessitar", enfatizou Maggi.

INFRA-ESTRUTURA - Questionado sobre os gargalos que emperram o escoamento da produção brasileira, Maggi voltou a destacar os programas de infra-estrutura que o Governo vem promovendo no Estado, como o asfaltamento de mais três mil km de rodovias estaduais a ser concretizado até 2006, como forma de minimizar a questão em Mato Grosso.

"Inovamos aqui ao propor a recuperação dessas estradas em parceria com os produtores rurais. Já entregamos 504 km em 2003 e até o fim deste ano entregaremos mais mil quilômetros", destacou. "Esse programa de recuperação conduzido pelo governo auxilia na redução dos fretes internos das zonas produtoras até os armazéns. Esperamos que esse preço sofra uma queda de até 50% quando concluirmos o programa", concluiu.

Sobre a recuperação das rodovias federais que cortam o Estado, o governador afirmou que a solução ainda é lenta, porém que o Governo Federal já sinalizou com acordo para a conclusão da pavimentação das BRs 163 e 158 a partir de 2005.

INVESTIMENTOS - Blairo Maggi disse ainda que o Estado de Mato Grosso busca investidores para agregar valor à produção agrícola com a instalação de fábrica de tratores, fertilizantes, agroquímicos e insumos. Enquanto a economia brasileira cresceu apenas 3% no ano passado, disse Maggi aos jornalistas, Mato Grosso cresceu 8,5%. A meta é crescer 10% ao ano e a estimativa é que o Estado produza, até 2012, 45 milhões de toneladas de grãos.

Porém, o governador ressaltou que a economia no Estado deve sofrer uma retração no próximo ano e, para tanto, o mercado deve estar preparado. "Já alertei nossos produtores e principalmente, o Governo. Temos que adequar nosso orçamento de 2005 à realidade econômica que iremos enfrentar e o Estado deve estar de prontidão", finalizou.




Fonte: Secom-MT

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