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Meio Ambiente
Quinta - 28 de Outubro de 2004 às 13:47

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Primeiro foram os peixes luminosos e agora é a vez dos gatos: uma companhia da Califórnia acaba de anunciar que criará gatos antialérgicos, ou seja, felinos geneticamente modificados que não provocam espirros.

Além de tirar as unhas e esterilizar os bichos, em breve será possível existir um gato sem o gene que causa alergias em boa parte da população.

O gato em questão será vendido a partir de 2007, por 3.500 dólares nos EUA e cerca de dez mil dólares no Japão, disse à EFE Simon Brody, presidente da Allerca, companhia com sede na Califórnia.

Brody é proprietário de um gato e teve a idéia, na qual a empresa está trabalhando há dois anos, quando se deu conta da quantidade de amigos e familiares alérgicos que tinham problemas respiratórios ao entrar em contato com o animal.

O empresário espera vender 200 mil gatos por ano em 2010, a metade deles no Japão. A empresa aposta neste mercado porque é uma sociedade muito urbana e com domicílios reduzidos, além de poucos japoneses terem cachorros em casa.

A companhia aceita depósitos de 250 dólares para quem quiser reservar seu gato, e o presidente garante que já recebeu centenas de pedidos de pessoas interessadas nestes animais, que serão vendidos esterilizados, impedindo assim que cruzem com felinos "naturais".

Para Brody, este é um negócio como outro qualquer e que tem um grande potencial, já que há milhões de pessoas no mundo que amam os gatos mas não podem tê-los em casa devido às alergias.

Estima-se que cerca de 10% da população americana tenha sintomas de alergias que podem afetar os olhos, o nariz ou a pele e, principalmente no caso das crianças, podem acabar em asma ou outras doenças respiratórias.

Estas alergias são causadas por uma proteína expelida pelos gatos através da pele e das glândulas da saliva. Essa substância é tão pequena que se mantém no ar durante meses.

A tecnologia que a Allerca empregará, de "silenciamento" dos genes, supõe a supressão desta proteína.

Este gato é a última tentativa de aplicar a biotecnologia na lucrativa indústria dos animais de estimação.

A companhia Genetic Savings & Clone anunciou neste verão (no hemisfério norte) que tinha clonado dois gatos e faria o mesmo com qualquer outro felino por aproximadamente 50 mil dólares.

Os peixes luminosos "GloFish", que iluminam o aquário com uma estranha luz avermelhada, abriram o caminho depois de terem se trasnformado, no começo do ano, no primeiro animal de estimação geneticamente modificado em um laboratório e vendido livremente nos EUA.

O "GloFish" é o referente legal para esta nova iniciativa, já que nem o Departamento de Agricultura nem a Administração de Remédios e Alimentos (FDA, em siglas em inglês) impediram sua venda, como pediram grupos ecologistas e associações de cientistas, com o argumento de que não era destinado ao consumo humano.

Andrew Kimbrell, diretor do Centro para a Segurança Alimentícia, alertou sobre os perigos do GloFish.Em sua opinião, o peixe poderia iniciar uma perigosa tendência.

"Depois deste peixe poderiam surgir centenas de animais que geneticamente alterados apenas para nossa diversão e enriquecimento", disse.

Foram palavras proféticas, já que este gato é apenas o primeiro de uma "linha" de animais de estimação geneticamente modificados que a Allerca planeja criar.

Segundo o presidente da companhia, depois dos gatos poderiam surgir cachorros com quadris reforçados - para compensar os problemas de algumas raças -, e outros animais geneticamente modificados.





Fonte: EFE

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