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Internacional
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 07:01

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Setenta milhões de crianças chineses vivem longe de seus pais, que emigraram do campo para a cidade para sair da pobreza, e muitos delas sofrem de problemas emocionais e fracasso escolar por causa da distância, segundo denuncia um estudo publicado hoje.

O relatório, elaborado pelo "Diário da Juventude da China", destaca que 89,9% dos 90 milhões de emigrantes rurais chineses não podem levar seus filhos para a cidade e estes ficam ao cuidado de outros parentes.

"Estas crianças sofrem de uma grave falta de amor paterno e materno, o que prejudica sua saúde mental", assinala o estudo, que utilizou dados do Ministério de Agricultura e incluiu uma enquete com filhos de emigrantes na localidade de Jintang (Sichuan, sul da China).

Segundo a sondagem, 41,3% destes menores se sentem tristes ao ver outras crianças junto com seus pais, 27,7% confessam sentir-se "só e abandonado" e 6,6% pensam em sair de casa. A China tem uma população rural de 800 milhões de pessoas, quase dois terços do total nacional, e as grandes diferenças econômicas entre a cidade e o campo causam um êxodo que Pequim tenta frear com o sistema de "hukou" (carnê de cidadão de uma localidade).

Esse método dificulta que os emigrantes tenham acesso a uma casa ou a um trabalho dignos na cidade, já que conseguir o "hukou" de grandes cidades como Pequim ou Xangai é tão difícil ou mais para um camponês quanto obter um passaporte para viajar ao exterior.

O sistema de registro, herança dos anos da economia planejada, também impede a entrada de seus filhos nas escolas urbanas, outra razão pela qual muitas dessas crianças ficam no campo a centenas ou milhares de quilômetros de seus pais.




Fonte: Agência EFE

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