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Politica Brasil
Segunda - 25 de Outubro de 2004 às 14:10

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O deputado federal André Luiz (PMDB-RJ) declarou hoje que não conhece o bicheiro Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, e que nunca foi recebido por nenhum amigo do empresário. A revista Veja publicou este fim de semana denúncia de que o deputado teria pedido propina para proteger Carlinhos Cachoeira das investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro.

“Fiquei surpreso, quero ouvir essa fita. Ela tem de ser periciada, quero ouvi-la, quero que ela vá para o Ministério Público, que ela seja conduzida à corregedoria da Casa e ao Conselho de Ética. Acho impossível uma pessoa comandar 60% da Assembléia Legislativa, como estão dizendo que eu estaria fazendo um negócio com 40 deputados ”, declarou.

Segundo a reportagem, André Luiz teria pedido R$ 4 milhões ao sócio de Cachoeira, o publicitário Alexandre Chaves, para o pagamento de 40 deputados estaduais do Rio com o objetivo de retirar o nome do bicheiro do relatório da CPI da Loterj, que investiga irregularidades na loteria que administra do jogos no Rio de Janeiro. O relatório da CPI será divulgado esta semana e denuncia irregularidades envolvendo Carlinhos Cachoeira.

Segundo André Luiz, a relação que manteve com o deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ) pode ser uma das razões para que ele seja prejudicado. “Eu cometi um erro. Foi o Bispo Rodrigues freqüentar minha casa, por causa da ligação dele com Waldomiro”. Waldomiro Diniz foi presidente da Loterj e assessor da Casa Civil da Presidência da República, de onde foi afastado por denúncias de corrupção.

Para o deputado, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), foi precipitado ao fazer declarações à imprensa sobre o assunto. João Paulo Cunha declarou ontem que poderá determinar ao Conselho de Ética a abertura de um processo de cassação, caso as acusações contra André Luiz sejam comprovadas.

“Eu acho que tenho direito à defesa”, disse em resposta à afirmação de João Paulo de que, dependendo da dimensão do caso, poderia ultrapassar a etapa de investigação da Corregedoria da Câmara para dar início ao processo de cassação do mandato. “Só acho que ele falou que, caso seja confirmado, ele vai para os trâmites diretos, eu acho que não, eu tenho direito de defesa”, enfatizou.

O deputado disse ainda que pretende discursar amanhã na tribuna da Câmara, após receber orientações de seus advogados para processar os responsáveis pelas denúncias.




Fonte: Agência Brasil

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