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Internacional
Quinta - 21 de Outubro de 2004 às 14:58

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Um soldado americano foi condenado a oito anos de prisão por ter participado do abuso de prisoneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib, perto de Bagdá.

O sargento Ivan Frederick se disse culpado de cinco acusações de abuso sexual e físico contra prisioneiros.

O militar foi acusado de conspiração, abandono de suas funções, maus tratos, agressão e de ter cometido atos indecentes.

"Eu estava errado em relação ao que fiz e não devia tê-lo feito", disse Frederick, de 38 anos, durante seu julgamento.

O militar acrescentou ainda: "Eu sabia que estava errado porque sabia que aquilo era uma forma de abuso".

O soldado é o militar de mais alta patente a ser condenado no escândalo de Abu Ghraib.

Vida em Abu Ghraib

Frederick descreveu a vida na prisão dizendo que os prisioneiros tinham suas roupas retiradas, eram vestidos com roupas de baixo femininas e sofriam abusos físicose morais.

Ele admitiu ter forçado prisioneiros a se masturbar enquanto outro soldados assistiam e tiravam fotos. Ele contou ainda ter visto outro militar pular sobre as mãos e pés de pessoas detidas.

Ele conta que poderia ter impedido o abuso mas não o fez. Em vez disso, socou um dos detidos que, aparentemente, havia atacado uma soldada. O prisioneiro precisou ser reanimado.

Durante a audiência judicial, um ex-prisioneiro iraquiano contou ter sido obrigado a se masturbar na frente de outros detidos. "Eu estava chorando. Queria me matar."

Ele contou que, assim como outros prisioneiros, tinha de dormir despido e com sacos na cabeça. Segundo o ex-prisioneiro, as celas dos detidos ficavam cheias de água.

Rebaixado

O juiz que comandou o julgamento sentenciou que Ivan Frederick fosse rebaixado de sargento para recruta.

Frederick foi ainda dispensado do Exército sem direito a qualquer pagamento ou honras militares.

Os Estados Unidos afirmam ter feito esforços para que haja melhoras nas condições da prisão de Abu Ghraib desde que as denúncias foram feitas.

Atualmente, mais de 2 mil pessoas ainda estão detidas na prisão sem terem recebido uma sentença.




Fonte: BBC Brasil

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