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Internacional
Quarta - 20 de Outubro de 2004 às 19:11

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Israel deu um passo simbólico de reaproximação da Áustria na quarta-feira, com a visita do presidente israelense, Moshe Katsav, a um campo de concentração nazista, onde ele depositou uma coroa de flores em homenagem às vítimas austríacas do Holocausto. Na primeira visita de um chefe de Estado israelense à Áustria, Katsav afirmou que não tinha ido a Viena para relembrar os problemas do passado entre os dois países. A Áustria fez parte do Terceiro Reich de Adolf Hitler.

Esse passado turbulento inclui o fato de Israel ter retirado seu embaixador na Áustria depois das revelações de que o ex-presidente austríaco Kurt Waldheim, havia servido no Exército de Hitler. A ação israelense se repetiu quando o radical da direita Joerg Haider entrou no governo austríaco, em 2000.

"Os austríacos também estavam entre os torturadores no campo de concentração, e a Áustria hoje tem obrigação de reconhecer sua responsabilidade", disse Katsav durante uma cerimônia no local onde ficava o campo de concentração de Mauthausen, perto de Linz, no norte da Áustria.

"O ser humano que há em mim acha difícil compreender como tudo isso pôde acontecer", disse Katsav.

Para o presidente da comunidade judaica austríaca, Ariel Muzicant, a visita de Katsav é "um passo na direção da normalidade" das relações israelo-austríacas.

O presidente da Áustria, Heinz Fischer, disse que a visita era "muito, muito significativa". "O campo de concentração de Mauthausen é um símbolo extremamente forte e um monumento à tristeza", disse Fischer.

Antes da ida ao campo, Katsav se reuniu com o prefeito de Viena, sob forte proteção policial, para colocar flores num monumento em homenagem aos 60 mil judeus austríacos que morreram no Holocausto.

Apenas 5.500 dos judeus do país sobreviveram à Segunda Guerra Mundial, que exterminou 6 milhões de judeus a mando de Hitler.

Em 2000, Israel rompeu relações diplomáticas com o país, afirmando que não podia tolerar um "governo neofascista" que tivesse a participação do Partido da Liberdade, do extremista Haider.

Haider se afastou dos cargos políticos mas permanece uma figura influente no país.




Fonte: Reuters

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