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Internacional
Terça - 19 de Outubro de 2004 às 20:01

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Quatro anos depois da luta em arranjar advogados para a disputa judicial de recontagem de votos na Flórida, os partidos Republicano e Democrata estão convocando milhares de advogados em todo os Estados Unidos para ficar de prontidão para as eleições presidenciais de 2 de novembro.

Os democratas dizem ter recrutado mais de 10 mil advogados - muitos deles voluntários -, e também têm equipes jurídicas que podem ser acionadas rapidamente em caso de problemas legais ou recontagens como a da Flórida, em 2000. O resultado da eleição no Estado definiu a vitória de George W. Bush, mas só depois de uma longa batalha nos tribunais.

A Flórida ainda é um dos Estados em que a disputa entre os candidatos Bush e John Kerry está indefinida. "Teremos cinco equipes de advogados que podem ser acionadas para atuar em cinco recontagens simultâneas", disse Marc Elias, conselheiro do senador democrata John Kerry.

"Isso é o resultado de nossa experiência em 2000, quando ficou claro que ambos os lados... não estavam preparados para ter uma operação como na Flórida, quando ao mesmo tempo a disputa estava apertada no Novo México e em Iowa", afirmou ele. Os votos da eleição presidencial dos EUA são totalizados Estado a Estado.

Os republicanos não quiseram dizer quantos advogados recrutaram, mas o número deve ser semelhante ao dos democratas. Segundo o partido, os advogados vão monitorar as eleições para assegurar que não haja fraudes.

A Associação Republicana Nacional de Advogados realizou um curso nos últimos meses sobre a nova lei eleitoral, e outros cursos estão ocorrendo em nível estadual. Ambos os partidos fizeram campanhas para arrecadar fundos para financiar a assistência jurídica.

Advogados que atuaram na batalha legal de 2000 e especialistas duvidam que haja uma repetição da recontagem da Flórida, que foi parar na Suprema Corte. Mas, se o resultado for tão apertado como indicam as pesquisas, haverá muita margem para que ocorram outras disputas jurídicas, que levariam de novo a decisão para os tribunais.

O grande aumento no número de eleitores inscritos pode causar problemas, já que os novos eleitores costumam ter dificuldades com os mecanismos de votação, disseram especialistas.

O enorme contingente de soldados norte-americanos no exterior, que votarão à distância, também pode influenciar no resultado. As urnas eletrônicas, usadas pela primeira vez numa eleição presidencial em muitas regiões, podem ter sua legitimidade questionada.

Outro possível foco de problema são as cédulas provisórias, que devem ser oferecidas aos eleitores se seus nomes não constarem da lista de inscritos para votar. "Não queremos que essa eleição seja decidida por um grupo de advogados trabalhando para um partido político", disse Jason Mauk, porta-voz do Partido Republicano em Ohio. As cédulas provisórias do Estado já estão sendo contestadas na Justiça, e pode haver outros problemas, já que 70% dos condados usarão o sistema de perfuração de cédulas que foi o protagonista da confusão na Flórida, em 2000.




Fonte: Reuters

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