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Nacional
Sexta - 15 de Outubro de 2004 às 14:06

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O açúcar produzido por 1,6 mil trabalhadores da zona da mata de Pernambuco vai complementar a cesta básica de índios, quilombolas e comunidades atingidas por enchente ou seca. Em parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome adquiriu, por antecipação, toda a safra da comunidade do Catende, uma região de 26 mil hectares, que abrange cinco municípios pernambucanos.

Na compra, foram investidos cerca de R$ 4 milhões. As 240 mil sacas com 50 quilos de açúcar cada uma começaram a ser retiradas nesta quinta-feira (14). De acordo com o secretário nacional de Segurança Alimentar, José Baccarin, o início da entrega, a 48 horas do Dia Mundial da Alimentação (que será comemorado amanhã, 16), renova o compromisso da sociedade brasileira com a erradicação da fome e da pobreza.

Em Catende, além de financiar a produção, o governo federal desenvolve outras ações de apoio à comunidade que em 1995, por meio de cooperativas, assumiu uma usina em processo de falência.

“A recuperação da estrutura da usina está sendo feita pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e as operações de financiamento pelo Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Ministério do Desenvolvimento Agrário”, conta Baccarin. “Também atuamos na recuperação industrial, pelo Ministério do Trabalho e Emprego, na reestruturação das moradias, por meio do Ministério da Cidade, e na avaliação da situação da usina, pelos bancos do Nordeste e do Brasil.”

Depois que os próprios agricultores passaram a administrar a usina Catende, vários projetos sociais foram desenvolvidos na região. Os trabalhadores são incentivados a ter suas próprias plantações e a complementar essas plantações com café e milho. A alfabetização se tornou prioridade para a população. Em 1998, 85% dos agricultores eram analfabetos.

Hoje, esse índice está em 25%. A mudança contou com apoio de pessoas como Lenivaldo Lima, filho de canavieiros, que foi estudar na cidade e voltou para ajudar o próprio povo. Para ele, a comunidade vive uma realidade bem diferente de dez anos atrás.

“A primeira coisa que muda é o espírito de liberdade. Aqui, a vida das comunidades era toda controlada, controlava-se quem entrava e quem saía, o pessoal não podia plantar, criar, mexer na casa, que era toda da usina”, lembra Lenivaldo. “O trabalhador agora pode plantar para vender, comer, criar animais. Isso dá uma melhora de renda significativa. Temos liberdade para falar com o gestor da usina, podemos participar e decidir o próprio destino.”




Fonte: Agência Brasil

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