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Cultura
Quinta - 14 de Outubro de 2004 às 10:26

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Um grupo de restauradores e historiadores de arte acreditam ser de Rafael uma tela encontrada em uma igreja de Gubbio, centro da Itália, que pode ter sido pintada entre 1498 e 1499, quando ele tinha apenas 16 anos.

Os pesquisadores chegaram a esta conclusão após três anos de restauração da obra, informa nesta quinta-feira o jornal "Corriere della Sera".

A primeira pista é uma assinatura na capa de São Ubaldo, padroeiro de Gubbio, pintado sobre uma tela usada como estandarte em procissões, e onde pode ser vista a sigla do nome do pintor renascentista.

Na tela, o padroeiro de Gubbio está à direita de Cristo e tem um cálice na mão. Do lado esquerdo está São Francisco de Assis ajoelhado.

O monograma, em tons dourados, aparece mais de uma vez na borda da capa de São Ubaldo, e nele pode ser visto um R cruzado com um V (forma gráfica clássica latina para o U), exatamente igual a uma das siglas usadas como assinatura por Rafael Sanzio de Urbino (1483-1520).

Além disso, foram feitas análises de material e comparações com outras obras de Rafael para comprovar as semelhanças tanto no monograma como no estilo.

A responsável pelas investigações, a historiadora Giordana Benazzi, afirmou que a pintura foi feita por "um Rafael muito jovem, pode ser do ano de 1498-99, quando ele tinha dezesseis anos, bem longe do refinamento após ter absorvido os conhecimentos de Perugino".

Além disso, Benazzi encontrou dois documentos de 1502 e 1505 indicando que Gubbio foi um dos possíveis locais onde Rafael morou, além das cidades de Perugia, Urbino e Roma.

Quanto ao estilo, a historiadora afirmou que "ainda é muito próximo da escola de seu pai, o também pintor Giovanni Santi". Além disso, "tem muita semelhança com 'Crucificação Mond'", pintada por Rafael entre 1502 e 1503, que está na National Gallery de Londres.

A obra atribuída ao grande pintor estava esquecida na igreja de Santa Maria dei Servi e pôde ser encontrada graças a uma iniciativa do bispo de Gubbio, Pietro Bottacioli, que há alguns anos decidiu catalogar todos os bens culturais eclesiásticos da cidade.




Fonte: EFE

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