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Economia
Quarta - 06 de Outubro de 2004 às 07:42

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A greve dos bancários em Mato Grosso, deflagrada oficialmente no dia 21 de setembro, já traz transtornos para o financiamento do custeio agrícola da safra 04/05, tanto para os médios e grandes produtores, quanto para os de pequeno porte. Segundo o gerente de mercado de Agronegócios da Superintendência Regional do Banco Brasil (BB), Olímpio Vasconcelos, o volume de liberações está reduzido em 65%.

O gerente regional do Banco da Amazônia (Basa), Paulo Henrique de Almeida, revela os financiamentos para a agricultura familiar estão 100% paralisados, "R$ 8 milhões já poderiam estar beneficiando o custeio da produção de cerca de 2,7 mil tomadores", lamenta.

No BB, Vasconcelos explica que dos R$ 20 milhões, que em média estavam sendo liberados neste período, após 16 dias de paralisação, este volume registra queda. "Agora liberamos algo em torno de R$ 7 milhões a R$ 8 milhões".

O gerente conta que faltam funcionários para acolher as propostas nas agências e fazer as análises. "Este atraso na liberação de recursos será refletido na previsão inicial de chegarmos até o dia 30 de novembro com todo o volume de R$ 1,130 bilhão (cifras destinadas ao Estado para custeio) liberados. O volume diário de repasses está sendo reduzido paulatinamente, a medida que a greve avança", alerta Vasconcelos.

Ainda nos primeiros dois dias de greve, quando o movimento não havia atingido as agências do interior - onde ocorre a maior coleta de propostas - Vasconcelos ainda não podia prever os desdobramentos do movimento para os clientes e para a própria operacionalização bancária.

"Mas com a extensão dela (greve) devemos levar o dobro do tempo em que os serviços deixaram de ser prestados para normalizar a coleta, análise e liberação dos projetos", frisa o gerente.

Mesmo com a greve, Vasconcelos aponta que e meta de fechar setembro com a liberação de R$ 450 milhões foi mantida "ou melhor, superada". "Até o dia 30 foram liberados, a juros controlados (8,75% a.a), R$ 430 milhões e a juros livre, outros R$ 111 milhões", anuncia o gerente.

BASA - No Banco da Amazônia (Basa) a greve também traz preocupação. Segundo o gerente regional, Paulo Henrique de Almeida, "os serviços estão completamente parados, e cerca de R$ 8 milhões já poderiam estar sendo liberados aos pequenos produtores, que obtém recursos via Pronaf (Programa Nacional de Agricultura Familiar) e temos de correr contra o tempo para que esse volume ainda possa ser aproveitado", argumenta.

Com o volume de R$ 8 milhões que já poderiam estar sendo pleiteados via a matriz do Basa, Almeida calcula que com o teto de R$ 3 mil para o custeio, que seria a modalidade Pronaf A/C, 2,7 mil projetos poderiam estar em "vias de contemplação ou mesmo liberados", observa.

Almeida destaca que o plantio tem época certa para ser efetivado. "Creio que se esta paralisação durar por mais dez dias, não haverá mais o que financiar, pois o período de chuvas vai impedir o preparo de solo e inviabilizar a semeadura de algumas culturas", assevera.

O gerente aponta também que com um quadro pessoal reduzido e limitado, "por mais que a greve termine nesta semana, ainda contabilizaremos transtornos, pois o serviço de um mês - que seria ainda o prazo hábil para liberar os custeios - não terá condições de ser operacionalizado em dez dias", alerta Almeida.




Fonte: Diário de Cuiabá

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