Faluja volta a ser o centro da violência

A cidade de Faluja volta a ficar no centro da violência, com a explosão de um carro-bomba, que ocorre horas depois de bombardeios aéreos americanos terem deixado sete mortos em seus ataques contra supostos redutos de Abu Musab al-Zarqawi.

O carro-bomba explodiu à passagem de um comboio militar americano em Al Garma, nas cercanias de Faluja, e segundo as fontes policiais iraquianas não deixou vítimas, embora a cadeia de televisão Al Jazira, que citou testemunhas, tenha falado de numerosos feridos.

Depois da explosão e segundo as fontes policiais citadas pela televisão Al Hurra, os soldados americanos reagiram abrindo fogo contra o local da explosão, causando a morte de um civil.

O carro-bomba de hoje explodiu junto a uma posição militar conjunta dos soldados americanos e da Guarda Nacional iraquiana, que já foi alvo de ataques com carros-bomba em outras duas ocasiões.

A explosão do carro-bomba em Faluja aconteceu horas depois de os bombardeios realizados na madrugada passada pela aviação americana sobre a cidade terem deixado sete mortos e treze feridos, segundo fontes médicas na cidade.

Os bombardeios começaram às 23.00 horas (local) e caíram sobretudo sobre o bairro de El Yaiti, no centro da cidade, onde deixaram vítimas sobretudo civis, especialmente mulheres e crianças, segundo disse à EFE por telefone um testemunha que se identificou como Taleb al Dalami.

Os Estados Unidos asseguraram que seu bombardeio teve "alvos seletivos", já que era dirigido contra supostos esconderijos de fiéis ao fugitivo jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, cabeça do grupo terrorista Tauhid ual Jihad, responsável pelos atentados mais sangrentos no Iraque do pós-guerra.

Por outro lado, as forças americanas anunciaram em um comunicado que três soldados americanos ficaram feridos hoje na explosão de um carro-bomba em Mossul, a 420 quilômetros ao norte de Bagdá.

Elas disseram que as três vítimas foram trasladadas a um hospital militar para receber o atendimento médico necessário.

Esta informação foi confirmada por testemunhas que disseram que a explosão ocorreu hoje pela manhã no bairro de Yarmuk.

Na cidade de Samarra, 100 quilômetros ao norte da capital iraquiana, mais cinco pessoas morreram ontem à noite e outras 20 ficaram feridas em novos bombardeios americanos para assegurar o controle da cidade, informaram fontes médicas na cidade. Ainda não foi determinado se trata-se de rebeldes ou civis.

Estas vítimas se acrescentam aos 109 rebeldes mortos que, segundo fontes militares americanas, caíram ontem em uma tremenda ofensiva realizada para acabar com os grupos rebeldes da cidade e devolver seu controle ao governo e à polícia iraquiana.

Fontes do Crescente Vermelho Iraquiano disseram que instalaram nos arredores da cidade um acampamento de mais de 20 tendas para receber os deslocados enquanto durar as operações militares.

Fontes do hospital da cidade disseram que começam a carecer de sangue e oxigênio para atender os numerosos feridos, o que se acrescenta à falta de abastecimento elétrico e de água na maioria dos bairros da cidade.

Segundo várias testemunhas, ainda há alguns corpos nas ruas, que as ambulâncias não podem retirar por ter o acesso ao centro da cidade vedado.

O porta-voz do ministério do Interior iraquiano, Sabah Kazem, disse que Samarra já está sob controle das forças americanas, o que permitiu às forças de segurança iraquianas tomar suas posições nas delegacias e nos edifícios municipais, assim como na Mesquita Maluiya e os dois mausoléus xiitas de "Ali Al Hadi" e "Al-Hassan Al Askari".

Por outro lado, na Cidade de Sadr, o grande subúrbio xiita de Bagdá, os aviões americanos lançaram várias bombas sobre supostos objetivos rebeldes na cidade, entre às 23.00 e 1.00 da madrugada, sem que se tenha notícias de vítimas.