Vera votou contra falta de alternância no Poder

A antecipação das eleições da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa, de dezembro para setembro e os 12 anos de alternância de uma mesma pessoa no poder. Estes foram, basicamente, os motivos que levaram a deputada Verinha Araújo, do PT, a votar contra a chapa que foi eleita, agora pela manhã, para a Mesa Diretora do Legislativo nos próximos dois anos.

Além de Verinha, o deputado Ságuas (PT) também votou “não” na eleição. O deputado Carlos Brito (sem partido) votou em branco. Os novos dirigentes da Assembléia, que serão empossados no início de 2005, foram eleitos com 21 votos favoráveis.

Em pronunciamento na tribuna da Assembléia, Verinha afirmou que a antecipação da eleição da Mesa, para as vésperas das eleições municipais, ofuscou um debate que deveria ter ocorrido. “Votei contra a Emenda 25, que possibilitou esta mudança, por entender que não tem sentido abrir mão de discutir mais profundamente a alternância de poder no Legislativo em Mato Grosso”, destacou.

O “rodízio” de um mesmo parlamentar, há 12 anos, nos dois cargos mais importantes da mesa (presidente e primeiro secretário), motivou também o voto contrário da deputada. “A sociedade não aceita mais isso”, disse. “É preciso romper com esta prática e permitir a renovação, com a garantia de alternância de poder”, complementou.

No início da sessão, Verinha argüiu o presidente da Assembléia, José Riva (PTB), como seria o andamento da eleição. A pedido da deputada, Riva determinou à assessoria da Casa que incluísse “sim” e “não” na cédula de votação. Reivindicação semelhante já havia sido feita por Verinha, na eleição anterior, em 2003.

O deputado Carlos Brito alegou, em entrevista, que votou em branco como forma de protesto. De acordo com ele, o atual regulamento “engessa” a eleição da Mesa Diretora, não permitindo uma discussão mais democrática. “Temos que escolher uma chapa inteira, quando o ideal seriam as candidaturas para os diversos cargos”, defendeu.