Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Nacional
Terça - 28 de Setembro de 2004 às 17:13
Por: Christiane Peres

    Imprimir


Sem previsão de término da greve dos bancários, as agências entram no 14º dia de paralisação. De acordo com o secretário geral do Sindicato dos Bancários de Brasília, Jair Pedro Ferreira o anúncio do corte do ponto pelos bancos é apenas uma ferramenta de pressão. “Quando nós iniciamos uma greve sabemos que isso pode acontecer. Mas num primeiro momento creio que essa medida seja apenas uma forma de pressão”, disse. “Sempre existe negociação”.

Segundo a assessoria de imprensa do Banco do Brasil o corte retroativo do ponto dos servidores é uma medida legal e o desconto foi avisado desde a última terça-feira, dia 21. Ferreira ressaltou que pior que o corte do ponto é o interdito proibitório, ou seja, a decisão judicial que permite que a polícia interfira nos movimentos grevistas para garantir o funcionamento das agências.

O secretário geral do Sindicato dos Bancários de Brasília disse ainda que o foco são os bancos privados. “É uma campanha unificada contra os bancos privados, que são os ratos da sociedade. Cobram taxas de juros exorbitantes, reduzem funcionários. Nossa luta também é contra eles.”

Com a automação bancária, muitos funcionários foram demitidos. Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Jacy Afonso de Melo, o número de demissões chegou a 600 mil. “Hoje são apenas 400 mil bancários no país. Antes era um universo de um milhão”, disse. As casas lotéricas, caixas eletrônicos e internet são os novos “facilitadores” para população, que acaba não sentindo tanto o impacto das paralisações. “As pequenas operações como saque, depósito e pagamento de contas podem ser feitas facilmente. Até de casa. A máquina substituiu a mão-de-obra. Não é preciso mais de tanta gente nas agências”, afirmou Jair Ferreira.

O secretário admite que mesmo diante dessa realidade não “dá para ficar inerte aos avanços tecnológicos”, mas enfatizou que essa automação precarizou o serviço prestado no atendimento. “Hoje, as casas lotéricas são mini-agências, mas não possuem a mesma estrutura, inclusive, de atendimento dos bancos”. Para o presidente do Sindicato, o problema não é só esse. “Além de não existir um sistema de segurança nesses postos de atendimento, esses funcionários não recebem os mesmos benefícios que os bancários”, declarou.

Nesta quarta-feira, dia 29, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo vai se reunir com representantes do Sindicato dos Bancários e da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para uma audiência de instrução e negociação. A reunião está marcada para às 14 horas.




Fonte: Agência Brasil

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/373877/visualizar/