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Cidades/Geral
Domingo - 26 de Setembro de 2004 às 15:05
Por: Sandra Carvalho

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Regiões usadas para a exploração da prostituição têm favorecido a prática de atos delituosos, como assaltos, furtos, agressões e até homicídios. É o que tem acontecido no Distrito Industrial de Cuiabá, localizado na BR-364, saída para Rondonópolis, nas imediações de um posto de combustível, onde um mecânico foi confundido com um assaltante na semana passada, seqüestrado e espancado por seguranças particulares. “Isso é resultado da própria situação que hoje vemos naquela região”, explica o capitão Sebastião Pereira, comandante da Companhia de Policiamento Comunitário do Pedra 90. “Ou seja: de um lado, a ação de ladrões, tirando o sossego de comerciantes e moradores. De outro, vítimas resolvendo agir por sua própria conta”, detalha o capitão, reconhecendo que a presença de prostitutas e homossexuais no entorno de um posto atrai traficantes, usuários de drogas e, conseqüentemente, a prática de furtos e assaltos. Uma das vítimas desse quadro de violência urbana é o mecânico Alexandro Vieira de Souza, de 21 anos, que foi seqüestrado e espancado no dia 13 deste mês, por dois homens que ocupavam um veículo Gol branco. Após cansar de aguardar um mototáxi para levá-lo até a casa de uma tia, ele resolveu ir a pé pela BR-364. Após caminhar alguns metros, um carro branco se aproximou e parou ao seu lado. Desceram dois homens, que o agrediram com um soco no rosto e uma coronhada na nuca, obrigando-o a entrar no Gol. “Eles diziam o tempo todo que eu tinha assaltado o posto deles”. No percurso, o rapaz teria insistido em dizer que era mecânico, trabalhador e que não tinha praticado nenhum assalto. A vítima identificou os dois homens como sendo Valdemiro Reginaldo e Luiz Nascimento Oliveira, o “Jacaré”, gerente e vigilante do posto que teria sido assaltado. Valdemiro e Luiz Nascimento denunciaram o suposto assalto à Polícia Rodoviária Federal (PRF) (nenhuma ocorrência chegou a ser registrada na polícia). Duas viaturas com seis patrulheiros foram até o local e acompanharam o suspeito e os funcionários do posto até a casa dos patrões do mecânico. “Eles invadiram minha residência sem ordem judicial”, reclamou Kely Cristina Couto, 37, esposa de Carlos Roberto Pinheiro, 40, proprietário da oficina mecânica onde Alexandro Vieira trabalha e mora. “Meus filhos adolescentes presenciaram aquela cena absurda”, acrescentou a dona de casa, revoltada com tanta violência. Ela ficou ainda mais assustada ao ver seu funcionário com o corpo cheio de hematomas. “Nós conhecemos o seu comportamento. É um rapaz trabalhador, tranqüilo e nunca teve passagens pela polícia”, defendeu Kely, que deu toda assistência a Alexandro, levando-o à Delegacia Distrital do Coxipó para denunciar a agressão e ao Instituto Médico Legal para fazer exame de corpo delito.




Fonte: Folha do Estado

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