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Politica Brasil
Terça - 21 de Setembro de 2004 às 15:09

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A juíza Maria Rosi de Meira Borba responsável pela propaganda eleitoral no município de Cáceres, lançou hoje (20/09 - segunda-feira) a campanha “Boca de urna: tolerância zero”. Serão distribuídos 20 mil panfletos para esclarecer ao eleitor que boca de urna é crime, dá cadeia e que o eleitor não deve se deixar enganar, pois é ele quem será preso.

Segundo a magistrada, a única manifestação permitida na hora do voto é a silenciosa e solitária. Além dos panfletos, a imprensa local, a Ordem dos Advogados do Brasil, Ministério Público e a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), através da Diocese São Luiz de Cáceres, estão atuando na campanha.

Para assegurar a eficácia da campanha, a magistrada, juntamente com a juíza Suzana Guimarães, da 52ª Zona Eleitoral, responsável por registro de candidaturas, realizou hoje, às 17h, reunião com os cinco candidatos a prefeitos da cidade. “Advertimos os candidatos de que a Justiça Eleitoral não vai tolerar boca de urna. A fiscalização será severa e quem burlar a lei vai ter que responder por seus atos”, disse a magistrada. Além das duas juízas, os dois promotores eleitorais da cidade participaram da reunião.

Até o final da semana será feita reunião com entidades que representam os jovens da cidade e com sociedades como Lions, Rotary e Maçonaria. Estes últimos se comprometeram a atuar como fiscais contra a boca de urna no dia da eleição. Cada entidade irá designar 20 representantes para desenvolver o trabalho. A Igreja Evangélica também já engajou na campanha.

Leia abaixo a carta, originariamente enviada ao Bispo Dom José Vieira Lima, que está sendo lida durante as missas da Igreja Católica, a fim de conscientizar a sociedade que boca de urna é ilegal:

Senhor Bispo,

Cumprimentando-o cordialmente, e tendo em vista o compromisso que a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e, em especial a Diocese São Luiz de Cáceres, assumiram com a ética e a transparência dos pleitos eleitorais no Brasil, solicito a Vossa Reverendíssima o apoio para que juntos, Justiça Eleitoral e a Diocese São Luiz de Cáceres, possamos relembrar aos eleitores de que voto não tem preço, tem conseqüências.

Nesse momento em que se aproxima o pleito eleitoral gostaria que Vossa Reverendíssima relembrasse aos católicos de Cáceres que boca de urna é um crime, inclusive contra a democracia.

Afinal, se o candidato está disposto a cometer o crime de boca de urna antes mesmo de ser eleito e ainda contrata pessoas inocentes para cometer esse crime, em seu nome, será que depois de eleito respeitará o povo que o elegeu? Ou estará disposto a continuar transgredindo a lei?

É preciso meditar sobre esses fatos.

É imprescindível que a sociedade Cacerense se una para não permitir que se ganhe a eleição, no apagar das luzes.

Afinal, a campanha eleitoral perdurará por 90 dias. Durante 90 dias os candidatos farão campanha. O dia 03 de outubro é o dia do eleitor. O respeito a ele e à sua convicção devem ser preservados.

Não é possível continuarmos aceitando, eleição após eleição, os nossos velhos e pessoas humildes serem desrespeitados, nas portas dos locais de votação, por uma malta de criminosos, contratados a peso de ouro, por políticos inescrupulosos, que tentam, a todo custo, mudar-lhe a intenção do voto. Por isso, gostaria que o Senhor relembrasse a todos os fiéis, eleitores de Cáceres, que boca de urna é crime e dá cadeia. E quem a contrata boca de urna também é criminoso.

Nos próximos dias iniciaremos uma ampla campanha contra a boca de urna em nossa Cidade, com o lema: Boca de Urna: tolerância zero.

Tenho certeza que posso contar com o precioso auxílio de V. Rema e de todos os Padres da Diocese para que, juntos, cumpramos a nobre missão de por um basta nos políticos que não respeitam o seu povo, a sua gente.

Se todos os católicos de Cáceres entrarem conosco nesta campanha, tenho a mais absoluta certeza que será a primeira vez, na história de nossa Cidade, que não assistiremos, no dia da eleição, ao desrespeito à Lei e aos nossos eleitores mais simples e mais humildes.




Fonte: Assessoria/TRE

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