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Internacional
Sábado - 18 de Setembro de 2004 às 11:17

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A presidenta indonésia, Megawati Sukarnoputri, disputará o segundo turno das eleições presidenciais com a certeza de que manterá o poder graças aos pactos alcançados com os perdedores da primeira fase do pleito.

A filha do general Sukarno, fundador da pátria indonésia e primeiro presidente do país (1945-67), conta agora com mais apoio.

Em abril, nas eleições legislativas, os eleitores castigaram seu partido duramente.

Mas as alianças políticas podem garantir a permanência de Megawati à frente do Executivo, que conquistou em julho de 2001 quando o então governante, Abdurrahman Wahid, foi destituído por incompetência e ela, que ocupava a vice-presidência, assumiu.

Megawati terá muito trabalho para permanecer no poder. As pesquisas eleitorais indicam a liderança de seu oponente, o general reformado Susilo Bambang Yudhoyono, que foi seu ministro de Segurança até março.

Desde a infância, Megawati, hoje com 57 anos, está habituada a conviver com as altas esferas da política. Ela foi escolhida em 1993 dirigente do Partido Democrata da Indonésia (PDI). Três anos depois, porém, foi afastada da liderança por uma facção apoiada pelo governo do então homem forte, Suharto.

O PDI era uma dos três partidos políticos permitidos durante a ditadura; afastada de seu comando, Megawati esperou a queda de Suharto para formar o Partido da Luta Democrática Indonésia (PLDI), com o qual obteve uma esmagadora vitória nas eleições legislativas de 1999, as primeiras da transição democrática.

Apesar de seu triunfo, ela não chegou à presidência do país devido à oposição dos grupos políticos muçulmanos que não aceitaram ter uma mulher como chefa do Estado e, nas eleições indiretas, apoiaram o clérigo Abdurrahman Wahid.

Megawati teve que esperar a destituição de Wahid para se tornar a autoridade máxima do país. Agora, pode ser eleita novamente, mas pelo voto, pela primeira vez na história da Indonésia.

De ascendência javanesa e exposta a incontáveis críticas por sua suposta falta de visão política, Megawati perdeu o pai em 1970 quando Sukarno estava sob prisão domiciliar, três anos depois de Suharto tomar o poder.

Anos mais tarde, quando estava grávida, seu primeiro marido, um tenente das forças aéreas, morreu em um acidente; seu segundo casamento com um diplomata egípcio foi anulado e atualmente ela está casada com o empresário Taufiq Kiemas.

Mãe de três filhos, Megawati é considerada uma defensora do nacionalismo tradicional e sua popularidade se deve mais a sua árvore genealógica do que a seu magnetismo político.

Apesar de tudo, ela liderava as pesquisas até março, quando seu popular ministro de Segurança se demitiu do cargo para iniciar sua caminhada para a presidência.

A sombra de Yudhoyono desde então atormenta Megawati, convencida de que ele é o único que realmente pode tomar-lhe o poder do quarto país mais povoado do mundo, com 220 milhões de habitantes.

Por isso, a presidenta não teve constrangimento em se aliar com até três partidos, entre eles o controvertido Golkar, máquina política de Suharto cujo candidato à presidência no primeiro turno foi o general Wiranto, ligado à violência iniciada em Timor Leste em 1999.

Esta aliança despertou críticas de inúmeros analistas, convencidos de que se Megawati sair vitoriosa na segunda fase das eleições presidenciais, será apenas uma refém política do Golkar.

Por outro lado, durante a apresentação do orçamento nacional para o ano de 2005, de forma eleitoreira, ela acusou o Fundo Monetário Internacional de levar a Indonésia à ruína, além de prometer subsídios para os mais necessitados, que na Indonésia estão na casa dos milhões.




Fonte: Agência EFE

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