Suspeito de matar advogado é flagrado em boca-de-fumo

O estudante Leonardo Rodrigues Jaune, de 22 anos, foi detido às 3 horas da madrugada de ontem na porta da “boca-de-fumo do Japão”, localizada na avenida Fernando Correa da Costa, região do Coxipó, em Cuiabá. Na delegacia, ele confessou ter ido ao local para comprar cocaína.

De acordo com a ocorrência registrada na Central de Flagrantes da Capital, Leonardo foi flagrado batendo no portão da residência onde funciona o ponto de venda de drogas. Sem esboçar reação, confessou aos policiais militares que ele é usuário de entorpecentes. Leonardo Jaune foi liberado ainda na madrugada de ontem por não haver nenhum mandado de prisão preventiva em aberto contra ele e por não estar portando drogas no momento da detenção, não caracterizando assim crime.

O estudante está indiciado no inquérito que apura a execução do advogado Anderson Eustáquio da Costa, cujo corpo foi encontrado em uma lagoa na região do Jatobá, saída para Rondonópolis, no dia 9 de julho passado.

Leonardo foi preso no mesmo dia em que a polícia localizou o corpo de Anderson. Após quase dois meses na cadeia, foi colocado em liberdade por determinação do juiz Adilson Polegato de Freitas, da 13ª Vara Criminal.

Leonardo Jaune é suspeito de envolvimento no assassinato do advogado. A vítima desapareceu no dia 29 de junho. A última vez em que foi visto estava em companhia de Leonardo. Segundo depoimento do estudante, eles haviam saído para comprar drogas, mas voltaram logo em seguida, o que não foi confirmado pela polícia.

O corpo de Anderson foi encontrado 11 dias depois em um lago atrás do posto fiscal Flávio Gomes, saída para Rondonópolis. O advogado foi assassinado com nove tiros de pistola. Os assassinos abriram o abdome, possivelmente com uma faca, e colocaram várias pedras para manter o cadáver submerso. Mas uma forte chuva fez com que o corpo boiasse.

Três dias antes do desaparecimento do advogado, a irmã de Leonardo, a estudante Thaíssa Jaune, de 18 anos, morreu ao cair do 5º andar do prédio onde morava. Antes da queda, a estudante conversava ao telefone. Na noite da tragédia, Anderson esteve com Thaíssa e mais uma amiga numa boate da capital.

As razões que poderiam motivar Leonardo a assassinar Anderson, que era seu colega, estariam ligadas a um boato de que a estudante havia consumido drogas antes de chegar em casa e ainda estuprada na madrugada do dia 26 de junho passado.