Fala de secretária não tranqüiliza Verinha

Para a deputada Verinha Araújo, do PT, as declarações da secretária de Ciência e Tecnologia, Flávia Nogueira, hoje de manhã, na Assembléia Legislativa, afastando a possibilidade de federalização da Unemat, não foram tranqüilizadoras. Verinha questionou o fato de a secretaria pontuar que “o ensino superior é obrigação do governo federal”, num momento em que seria necessário afirmar categoricamente que a Unemat está afastada de qualquer risco.

Inicialmente, a secretária afirmou taxativamente não existir qualquer “determinação, ato, documento ou assinatura para federalização da Unemat, nem por parte do governo do estado, nem da Secretaria de Ciência e Tecnologia”. Porém, Verinha leu para os presentes uma reportagem do jornal Diário Regional, do dia 31 de agosto, feita com a secretária Flávia Nogueira, na qual estaria clara a intenção de se fazer tais estudos. A secretária em momento algum negou o teor da reportagem citada. Disse, sobre a informação de Verinha, que “existe uma preocupação do governo do estado em otimizar os recursos para a Educação”. De acordo com a Flávia Nogueira, o Estado apenas estaria querendo “gastar menos com as atividades meio e mais com as atividades fins”.

Verinha destacou que a secretária “se traiu” ao introduzir, em sua fala, as afirmações de que o Ensino Superior não é obrigação do Estado, naquele momento. “A insegurança da secretaria sobre o assunto deixa a Unemat insegura”, disse. De acordo com ela, dos alunos da Unemat, 73% vêm da escola pública e 58,7% têm renda inferior a cinco salários mínimos. “É uma base social enorme”, disse Verinha. “E que não pode ser posta em dúvida pelo Estado”, complementou. Flávia discordou que tenha “se traído”. Reafirmou que o ensino superior é, constitucionalmente, uma obrigação do governo federal, “mas que nada impede que Estados possam investir no setor”, se assim o quiserem.

Verinha apresentou dúvidas ainda sobre o orçamento da instituição. Os deputados defendem mais recursos para a Unemat.