Putin quer 'governadores biônicos' no Cáucaso

Putin passaria a ter autoridade para indicar governadores regionais.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, apresentou nesta segunda-feira planos para uma reforma ampla e radical sobre a maneira como o país é governado.

Uma das medidas apresentadas por Putin prevê uma mudança na maneira como os governadores regionais são escolhidos: o presidente passaria a ter autoridade para indicar os líderes locais, que atualmente são eleitos.

De acordo com Putin, o Kremlin deve indicar os governadores regionais, que então seriam confirmados pelas Assembléias Legislativas locais - o que acabaria com a eleição pelo voto popular atualmente em vigor.

Ao anunciar os planos, o presidente russo disse que, para lutar contra o "terrorismo", é preciso uma renovação radical das operações e das estruturas do governo na região norte do Cáucaso.

Putin afirmou ainda que o Poder Executivo precisa ser exercido por um único órgão, que não existe no momento.

Pena de morte

O líder russo também propôs punições mais rígidas para autoridades envolvidas em corrupção ligada ao "terrorismo" e uma maior cooperação na "luta contra o terror".

As possíveis medidas também incluem a restauração da pena de morte e a criação de um sistema com diferentes níveis de alertas representados por cores.

O anúncio de Putin ocorreu em uma reunião especial do gabinete de governo com governadores regionais da Federação Russa para discutir como responder à recente onda de ataques no país – particularmente, ao massacre de reféns na escola da cidade de Beslan.

As principais autoridades militares e de segurança da Rússia também participaram do encontro. Após a reunião, Putin anunciou a criação de uma comissão especial federal para estudar a situação no norte do Cáucaso.

A comissão será dirigida pelo chefe de gabinete do governo, Dimitry Kozak. De acordo com a agência de notícias russa Itar-Tass, a comissão vai se concentrar na economia, em assuntos sociais e nos poderes de segurança.

O presidente também recomendou uma mudança no sistema de eleição da câmara baixa do Parlamento russo, a Duma, que passaria a ser simplesmente proporcional.

De acordo com o presidente, isso eliminaria as disputas eleitorais individuais que atualmente preenchem metade das cadeiras da câmara.