Violência assola Bagdá e EUA atiram em multidão

Mundo Um helicóptero dos Estados Unidos atirou no domingo em um grupo de iraquianos que estava ao redor de um veículo norte-americano em chamas em Bagdá, durante violentas batalhas nas quais 13 pessoas morreram e 61 ficaram feridas, segundo testemunhas e autoridades.

No resto da cidade, pelo menos sete carros-bomba e vários enfrentamentos violentos mataram nove iraquianos. Insurgentes atiraram mais de uma dezena de morteiros e foguetes ao redor da Zona Verde, ocupada pelas forças norte-americanas.

Foi uma das mais duras ondas de violência na capital em meses. "Houve um aumento assustador no número de ataques", disse o brigadeiro-general Erv Lessel, porta-voz militar dos EUA.

No sul de Bagdá, três soldados poloneses morreram e três ficaram feridos depois de um ataque perto de Hilla.

Em Ramadi, cidade ocupada por rebeldes a oeste de Bagdá, tanques norte-americanos e helicópteros dispararam contra um distrito residencial matando 10 iraquianos, incluindo uma mulher e uma criança, disse um médico. O exército dos EUA não comentou imediatamente essa ação.

O aumento da violência coincidiu com as novas ofensivas norte-americanas para retomar áreas controladas por insurgentes antes das eleições previstas para janeiro.

DISPAROS DE HELICÓPTEROS

Na capital, ocorreram fortes combates na rua Haifa, uma área de trânsito no centro de Bagdá famosa por seu controle rebelde. Os disparos ecoaram durante horas enquanto tanques dos EUA e veículos de batalha tipo Bradley se movimentavam pela área.

Testemunhas disseram que um helicóptero dos EUA disparou em um grupo de iraquianos reunidos em volta de um dos veículos do exército norte-americano.

Imagens da Reuters Television mostraram iraquianos correndo para se esconder pouco antes de uma explosão que atingiu o produtor da Al Arabiya Mazen Tomeizi.

O palestino, que estava trabalhando para o canal de televisão árabe, morreu pouco depois. O cinegrafista da Reuters, Seif Fouad, que estava gravando a cena, ficou ferido.

A violência de domingo começou na madrugada, quando insurgentes dispararam contra áreas da Zona Verde, fortemente protegida pelos soldados dos EUA. Alguns disparos atingiram uma região onde estão casas de membros do governo interino do Iraque, mas não houve vítimas.

Em outros incidentes, um carro-bomba matou um alto membro da polícia, um policial e um menino de 12 anos em uma estrada a oeste de Bagdá. Um suposto suicida tentou passar com o carro pelos portões da prisão de Abu Ghraib, mas as tropas norte-americanas dispararam e o mataram, informaram militares. Três pessoas ficaram feridas neste episódio.

No oeste da capital, homens armados mataram um policial.

O ministro do Interior, Falah al-Naqib, disse que a maior parte da violência está relacionada com as operações das forças de segurança que prenderam 16 fugitivos.

Um comunicado publicado na Internet pelo Grupo Tawhid e Jihad, do militante jordaniano Abu Musab al-Zarqawi, que Washington acusa de estar por trás da maioria dos ataques no Iraque, assumiu a responsabilidade pela violência.