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Polícia Brasil
Quarta - 01 de Setembro de 2004 às 15:29
Por: ALECY ALVES

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Dezenas de pessoas em Cuiabá e Várzea Grande podem estar sendo vítimas de um golpe - comum em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais - que simula sorteios de viagens para clubes, hotéis e pousadas luxuosas a beira mar e balneários com águas termais em diversos pontos do país.

Duas pessoas já apresentaram queixa à polícia depois de emitirem uma série de cheques pré-datados em favor dos falsos vendedoras. Já a servidora pública municipal C.L., mais atenta, suspeitou do golpe a caminho do banco e não sacou o dinheiro para pagar o título que “daria direito” à viagem.

Mas o autônomo M.D.A., de 35 anos, não só fechou o negócio como emitiu vários cheques pré-datados. Na queixa que registrou na Delegacia Especializada de Estelionatos, ele disse que depois de dar os cheques pesquisou na internet e descobriu que o negócio integra uma rede de golpes pelo país.

Há algumas semanas, três homens que usam o nome da Solemar Hotéis e Camping Club, de São Paulo, anunciaram em emissoras de rádio sorteios de viagens.

Ele indicam um número de telefone, com prefixo de Várzea Grande, para o qual os primeiros ouvintes deveriam ligar a fim de garantir o “prêmio”.

No número citado, uma atendente dizia que além da viagem o ouvinte tinha sido premiado com o título de “sócio vitalício” da rede de hotéis Solemar. Tal título daria direito a 28 diárias por ano em qualquer hotel com 90% de cobertura dos custos. O comprador só teria que arcar com as despesas de alimentação, algo correspondente aos 10% restantes.

Como o preço integral do título seria de R$ 7,8 mil, a pessoa teria de desembolsar somente R$ 780, valor com pagamento facilitado em diversas parcelas ou com desconto se a quitação fosse à vista, para assegurar as “férias do sonho” com a família.

A servidora C.L. contou que ficou deslumbrada com tanta beleza ao ver o folder dos hotéis. A princípio achou que estava fazendo um excelente negócio e até planejou pagamento em dinheiro. Depois, suspeitou que havia algo de errado quando viu que estava recebendo papéis sem assinatura dos responsáveis pela empresa.

No título de sócio, por exemplo, há somente rubricas nos espaços destinados às assinaturas dos diretores presidente, geral e do agente credenciado. Além disso, a servidora percebeu que a pessoa que atende o telefone indicado para marcar as estadias diz sempre que o agendamento deve ser feito em outro horário. Se liga de manhã, seria à tarde ou vice-versa.

O delegado Márcio Pieroni, da Estelionato, disse que todas as pessoas que foram vítimas desse tipo de golpe podem sustar os cheques. Basta apenas registrar um boletim de ocorrência na Polícia Civil. “Essa transação está caracterizada como crime, estelionato”, reforçou Pieroni. O delegado ainda alertou os consumidores para se prevenir da ação dos golpistas, se possível acionando a delegacia pelo telefone 621-6868.

Conforme Pieroni, uma equipe de agentes está investigando pistas dos responsáveis pelo esquema. Os policiais estiveram em um hotel onde eles estariam hospedados, mas descobriu que trocam de hospedagem para fugir das vítimas e da polícia.

No Procon, o chefe de atendimento Maurel Castro de Amorim disse que foi procurado por telefone e orientou alguns consumidores a não comprar o título ou a procurar a Delegacia de Estelionato se já tivessem emitido cheque ou efetuado algum pagamento em dinheiro. “Esse é um golpe muito aplicado na região Sudeste”, alertou Amorim.




Fonte: Diário de Cuiabá

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