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Nacional
Quarta - 01 de Setembro de 2004 às 11:59

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As Forças Armadas gastam cerca de R$ 3 milhões por ano para tratar os militares com Aids no Brasil. A doença atinge 0,6% do efetivo de 300 mil pessoas que atuam no Exército, Marinha e Aeronáutica --mesmo percentual de prevalência da síndrome na população brasileira.

Os dados foram divulgados ontem pelo contra-almirante médico e diretor do departamento de saúde e assistência social do Ministério da Defesa, Carlos Edson Martins da Silva, durante o 5º Congresso Brasileiro de Prevenção em DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e Aids, realizado em Recife.

"É um gasto muito alto, principalmente se considerarmos que o orçamento operacional total para as três forças militares é de apenas R$ 4 bilhões por ano", disse Silva.

O Brasil, diz ele, é o país que registra o maior número de casos da doença entre militares na América Latina. Nos quartéis brasileiros, disse, a Aids atinge principalmente homens de até 39 anos.

As estatísticas, porém, revelam que o número de novos casos nas Forças Armadas vem acompanhando a tendência de desaceleração constatada pelo Ministério da Saúde em todo o país.

Em 1992, foram registrados 110 casos da doença entre os militares. Dez anos depois, em 2002, esse número caiu para 22 e, no ano seguinte, para 16.

A quantidade de mortos por Aids também vem diminuindo. Em 1995, 68 militares morreram em conseqüência da síndrome. Em 2003, ocorreram 19 mortes e, neste ano, 14 até agosto.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram constatados 9.758 novos casos da doença em 2003. A taxa média de mortalidade mantém-se há três anos em 6,3 mortes por 100 mil habitantes.

Para tentar conter ainda mais a expansão da Aids nos quartéis, os ministérios da Defesa e da Saúde assinaram em março um protocolo de intenções com a Unaids (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV-Aids). O acordo prevê o investimento de US$ 375 mil em dois anos, em ações educativas e preventivas.

O trabalho tem como alvo cerca de 200 mil recrutas e jovens militares com até 28 anos.

Teste por amostragem

As pesquisas sobre a incidência da Aids no meio militar brasileiro inclui também trabalhos com os 1,7 milhão de jovens que se alistam todos os anos no Exército, Marinha e Aeronáutica.

De dois em dois anos, o Ministério da Saúde realiza um levantamento, batizado de "Estudo Sentinela", no qual promove testes de sorologia por amostragem em alistados voluntários.

Segundo o assessor técnico do programa DST/Aids do ministério, Sérgio D'Ávila, a última pesquisa, feita em 2002 com 33.851 jovens, constatou 27 casos positivos --uma prevalência da doença de apenas 0,088%.

Sífilis

Além da palestra sobre a Aids nas Forças Armadas, o congresso, que termina hoje, expôs aos participantes estatísticas consideradas "alarmantes" sobre a incidência de outras doenças sexualmente transmissíveis no Brasil.

De acordo com o presidente da comissão científica do congresso, Mauro Romero Leal, o país registra 10 milhões de novos casos de DSTs por ano.




Fonte: Folha Online

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