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Agronegócios
Terça - 31 de Agosto de 2004 às 11:02

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O economista Carlos Eduardo Cruz Tavares, da Companhia Nacional de Abastecimento, faz um sério alerta ao revelar que a soja cultivada em Mato Grosso fica 20% mais cara devido a precariedade das rodovias. Segundo ele, o modo rodoviário faz com que os produtos do estado percam todo o ganho obtido no sistema produtivo.

Importante destacar que, no Brasil, as rodovias respondem por 67% do transporte de grão.

O alarme para a gravidade da situação parte de todos os setores produtivos do País. Pesquisa recente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) comprova que 58,5% da extensão rodoviária brasileira encontram-se com pavimento em estado deficiente, ruim ou péssimo. Acrescenta que trechos com afundamentos, ondulações ou buracos acumulam 8.077 km. Também existem longas extensões sem acostamento, com elevado risco potencial aos motoristas.

O Congresso Nacional aprovou, em 2001, projeto de lei que criou a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), mecanismo legal que estabeleceu vinculação de recursos arrecadados destinados a salvar as estradas. Embora constitucional, referidos recursos, que já somam aproximadamente R$ 20 bilhões, estão sendo contingenciados, forma de utilizar esse recurso para outras finalidades, no caso o superávit primário.

A Frente Nacional do Transporte Rodoviário de Carga reivindica a aplicação de recursos arrecadados com a Cide na recuperação das rodovias.

Em entrevista esta semana à revista Isto É, o governador Blairo Maggi reclamou da morosidade do governo Lula em iniciar um amplo projeto de reforma da malha viária. "Eu tive uma reunião com o presidente Lula para pedir o conserto das estradas federais. Sabendo das dificuldades, propusemos que cada real colocado, Mato Grosso colocaria outro. Ter estradas em boas condições é de vital importância para o Estado. Mesmo assim as coisas não aconteceram", alegou Maggi.

Segundo dados divulgados pela Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) o complexo soja (grãos, farelo e óleo) é o carro-chefe das exportações de Mato Grosso, sendo responsável por 80,62% do total comercializado pelo estado.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal em Mato Grosso, o número de mortos nas estradas federais do estado no primeiro semestre de 2004 cresceu 67% em relação ao mesmo período de 2003. O estado precário das rodovias tem sido o principal responsável pelos acidentes.




Fonte: Mídia News

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