Empresário acusado de mandante do crime de Unaí é transferido para Belo Horizonte

O empresário Norberto Mânica, acusado de mandante do assassinato dos fiscais do trabalho em Unaí (MG), foi ouvido hoje pelo juiz Francisco de Assis, da 9ª Vara Federal em Belo Horizonte. Depois do depoimento, Mânica foi transferido para a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana da capital, onde ficará preso com os outros seis acusados de envolvimento na morte dos quatros funcionários do Ministério do Trabalho.

O advogado do empresário, José Lindomar Coelho, alega que seu cliente é inocente e que já entrou com pedido de hábeas corpus para tentar libertá-lo. “Nós vamos pegar a cópia do relatório final do inquérito e levar até Brasília para podermos analisar o que é esse relatório e, certamente, juntar ao pedido de hábeas corpus para dar prosseguimento ao pedido de liberdade de nosso cliente", disse o advogado.

Coelho informou que entrou com o pedido de hábeas corpus, ontem à tarde em Brasília, no Tribunal Regional Federal (TRF). O argumento, segundo o advogado, é de que não existe prova que envolva Mânica nesse caso.

De acordo com Coelho, Norberto Mânica está indignado com a prisão e não sabe por que está sendo preso. O empresário ficará em cela comum, mas separado de outros detentos. "A lei permite que ele fique em cela separada", disse o advogado.

Os três auditores fiscais, além do motorista que os acompanhava, foram assassinados em janeiro deste ano em Unaí (MG), numa emboscada, depois de serem abordados por vários homens que atiraram no carro que ocupavam. Os auditores estavam na região para fiscalizar as condições de trabalho em propriedades rurais.

Os fiscais João Batista Soares Lage, Eratóstenes de Almeida e Nelson José da Silva morreram na hora. O motorista Ailton Pereira de Oliveira foi socorrido com vida e levado ao Hospital de Base em Brasília, mas não resistiu. O crime chocou o país e teve repercussão nacional.