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Politica Brasil
Sexta - 20 de Agosto de 2004 às 09:28
Por: Gleid Moreira

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O prefeito do município de Campo Verde, Onéscimo Prati, foi feito refém na Câmara de Vereadores durante toda a tarde de ontem por cerca de 150 membros do Movimento dos Trabalhadores Acampados e Assentados (MTA). Junto com ele também ficaram os vereadores Fernando Schoroet, presidente da Câmara, e João Goulart. Até às 19h de ontem, os reféns ainda não haviam sido liberados.

Os membros do MTA e os políticos estavam reunidos com um negociador do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) para decidirem sobre a remoção de 400 famílias que se encontram acampadas à beira da BR-070, no quilômetro 345, entre as cidades de Campo Verde e Primavera do Leste, respectivamente 127 e 230 quilômetros da capital.

A BR-070, que esteve interditada pelo MTA anteontem, havia sido liberada no final da tarde e voltou a ser bloqueada ontem pela manhã, depois das seis horas, causando um congestionamento de mais de dois quilômetros, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Após ao meio-dia, a rodovia voltou a ser liberada para a realização da reunião e até o final da tarde o fluxo de veículos continuava normal. No entanto, os políticos e os funcionários da Câmara permaneciam como reféns do MTA.

Ainda de acordo com a PRF, o motivo do bloqueio seria para reivindicar uma área na região, pois os membros alegam que já esperaram tempo demais à beira da estrada. Por determinação da Justiça, eles foram retirados da área que haviam invadido e agora querem voltar ou esperam proposta de novo local.

De acordo com o vereador Fernando Schroeter, os membros do MTA tomaram as chaves dos funcionários da Câmara e os informou que os reféns só seriam liberados mediante uma informação concreta do Incra. Ele disse por telefone à reportagem que, até o final da tarde de ontem, ele, o prefeito e o outro vereador ainda não haviam recebido nenhuma informação proveniente do Incra e que dependiam de notícias sobre a remoção das famílias da beira da estrada para que fossem liberados. No entanto, o vereador se mostrou solidário ao MTA, uma vez que entende que eles já esperaram tempo demais por uma solução.

Durante a interdição que começou anteontem, os manifestantes usaram barreira humana e queima de pneus na rodovia, para evitar a passagem dos veículos. Apenas ambulâncias tiveram autorização para trafegar na BR.




Fonte: Folha do Estado

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