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Meio Ambiente
Sexta - 23 de Julho de 2004 às 17:55
Por: Carlos Martins

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O maior terremoto já registrado no Brasil aconteceu em Mato Grosso na madrugada do dia 31 de janeiro de 1955 numa região entre Porto dos Gaúchos e Brasnorte. A intensidade do tremor, medida pela Escala Richter, apontou uma magnitude de 6,6 graus e há relatos de que seus efeitos foram sentidos até em Cuiabá. Felizmente, na época, a região era desabitada. As causas, as estatísticas, as regiões mais afetadas, mostradas na tela do computador, tudo isso pode ser visto até hoje numa das exposições da SBPC realizadas pela Expo Ciência no campus da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Para efeito comparativo, a magnitude 6,6 poderia ser representada por um círculo com diâmetro igual a 75 metros. O maior terremoto já registrado no mundo, no Chile, em 22 de maio de 1960, com 9,5 graus, teria um círculo com diâmetro aproximado de 11 quilômetros e liberou energia equivalente a 28,2 anos de produção da Usina de Itaipu, operando com potência plena (12,6 GW).

Desde 1744 já foram registrados em Mato Grosso pelo menos 47 abalos sísmicos com magnitudes variando entre 2,0 e 6,6 na Escala Richter. O tremor mais recente ocorreu em Rondonópolis, no Sul do Estado, no ano passado com magnitude de 3,8. De acordo com os pesquisadores, as ocorrências de tremores no Estado indicam a necessidade de estudos geofísicos mais apurados para acompanhar e registrar o fenômeno, já que a sismologia ainda não consegue predizer rotineiramente os terremotos, que podem acontecer a qualquer hora e lugar. Os estudos são feitos no país pelos Institutos de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), e o de Geociências da Universidade de Brasília (UnB).

A quase totalidade dos terremotos tem origem tectônica, isto é, estão associados a falhas geológicas. Entretanto, terremotos podem ser também ocasionados por atividades vulcânicas ou pela própria ação do homem que, neste caso, recebe a denominação de sismos induzidos. Dentre os exemplos podem ser citados os sismos produzidos por explosões nucleares ou gerados pela criação de grandes reservatórios hidrelétricos. A medição dos sismos foi introduzida em 1935 pelo sismógrafo americano Charles Francis Richter (1902-1985) e cada ponto equivale a um aumento de dez vezes a magnitude do terremoto.

A camada mais superficial da Terra - a litosfera - divide-se em partes menores chamadas placas tectônicas, que se movimentam lentamente, ocasionando um contínuo processo de esforço e deformação nas grandes massas de rocha. Quando o esforço é grande e supera o limite de resistência da rocha, esta se rompe - originando uma falha geológica - e acontece o terremoto. Parte da energia acumulada é então liberada sob a forma de ondas elásticas, que podem se propagar em todas as direções, fazendo o terreno vibrar intensamente.

Se comparada com a da região andina, a sismicidade brasileira é modesta, mas é significativa porque aqui já ocorreram vários tremores com magnitude acima de 5, indicando que o risco sísmico no país não pode ser simplesmente ignorado. A “sorte” do Brasil em relação à faixa andina, é que o país está situado praticamente no interior da Placa Sul-Americana (o abalo é mais brando), diferentemente de outras regiões onde correm os terremotos e que estão situados nas bordas ou limites das placas




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