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Meio Ambiente
Sábado - 10 de Julho de 2004 às 16:35
Por: Márcio Mendes

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Após inúmeras denúncias de destruição e falta de recuperação das áreas degradadas pela ação de garimpeiros na região da cabeceira do Rio Diamantino, a Promotoria de Justiça Cível de Diamantino enviou ofício para a ONG Associação Diamantinense de Ecologia a fim de elaborar um relatório para analisar a situação real em que se encontram os trabalhos de garimpo. Ao final dos trabalhos, uma conclusão: o velho Mato Grosso da degradação ambiental ainda pode ser bem retratado. E muitas vezes, com as benções dos órgãos ambientais.

Além dos garimpos na cabeceira do Rio Diamantino, outros trechos do rio também sofreram a vistoria da equipe, que constatou que existem garimpos manuais de forma extemporânea. Porém, o caso grave estava realmente na cabeceira, onde há uma cascalheira trabalhando em uma área de aproximadamente quatro hectares, retirando cascalho e areia para abastecimento de obras na cidade e em construção rodoviária.

Os proprietários da área são cidadãos conhecidos pelos nomes de Agostinho e Barretos e ambos residem em Cuiabá, onde os fiscais receberam a informação de que possuem autorização da Prefeitura de Diamantino, sem nenhum outro documento para a extração do cascalho e da areia. A equipe de fiscalização ainda constatou que existem na cabeceira vários garimpos abandonados, deixados pelos proprietários anteriores Carlos Vieira e João Yotaka Hirotani (conhecido como João Japonês) que possuem autorização da Fundação Estadual do Meio Ambiente. Porém, a recuperação do meio ambiente deveria ser feita após a extração, mas pelas fotos anexadas na denúncia esse trabalho nunca foi realizado.

A equipe vistoriou ainda o garimpo de propriedade de Altamiro Ayres, que apresentou autorização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) com validade até março de 2005, licença da Fema com validade até o dia 29 de maio de 2004, portanto já vencida, e um parecer técnico feito em 2001 neste garimpo que possui documentação legal. As fotos demonstram que a recuperação não está sendo feita.

Ao final da vistoria a equipe de fiscalização, juntamente com a Polícia Militar, fiscalizou as margens do Rio Diamantino acima de onde funciona a estação de captação de água. Ali, “areieiros” que trabalham de forma manual na retirada de areia estariam sujando a água que é captada para a bastecimento da cidade. A equipe de vistoria ainda detectou que várias denúncias estão sendo feitas com relação ao desmatamento de áreas de reserva às margens de rios em assentamentos onde ocorre a retirada ilegal de madeiras.

Todas essas informações fazem parte de um relatório com fotos que confirma a versão de várias denúncias que chegam ao Ministério Público para autuar e embargar com prazo de 48 horas para recuperação da área degradada




Fonte: Jornal Arinos

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