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Politica Brasil
Sábado - 03 de Julho de 2004 às 20:33
Por: Onofre Ribeiro

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Na última quarta-feira realizaram-se em Cuiabá as últimas convenções partidárias para escolher os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores para as eleições deste ano. Algumas conseguiram manter o nível. Outras baixaram muito o nível.

O PSDB, o PMDB e o PT, por exemplo, mantiveram ótimo nível. Já o PPS e o PFL estiveram perto da luta corporal. E pra variar, a convenção do PPS, que já vinha de rusga em rusga, acabou patética.

De qualquer modo, o saldo a registrar foram as efetivas perdas partidárias. O PTB, que decidiu apoiar o PPS na capital, rompeu com a direção do partido, cuja orientação seria coligar com o PT. A objeção do deputado José Riva, criou um rompimento interno no partido e um arranhão com o deputado Ricarte de Freitas, presidente do diretório regional.

Já o PFL chegou à convenção muito mais arranhado, embora tenha sabido costurar a sua histórica terceirização de participar do poder sem precisar ir às urnas. Rachou na posição regional e rachou feio na posição municipal. No passado, a tradição do partido era a de ter comando único com decisão autocrática. Decidia, e pronto! Com o afastamento do último caudilho, o prefeito Jaime Campos, de Várzea Grande, o senador Jonas Pinheiro bateu o martelo em favor do PPS do seu aliado pessoal, o governador Blairo Maggi. Mas soou falso. Jonas não tem a tradição coronelesca que marca o PFL.

O PPS, que vinha desde o ano passado aos trancos e barrancos, caiu do barranco com a sucessão de atitudes repetidamente amadoras na condução do processo, até a convenção da quarta-feira, onde o partido se arranhou bastante.

Na verdade, repetiu-se a mesma arenga de 2002, entre o senador Antero Paes de Barros e o prefeito de Cuiabá Roberto França que levou o PSDB à fragorosa derrota e o prefeito a migrar para o PPS. A nova arenga desta vez foi com o deputado estadual Carlos Brito, que acabou preterido, por métodos estranhíssimos, sem poder participar da convenção. E, por fim, nesta sexta-feira saiu do partido atirando e denunciando as manobras.

Aliás, a convenção do PPS foi uma encenação pobre. Refiro-me às artimanhas típicas de convenções arranjadas: troca das regras na última hora, exclusão de votantes, armações partidárias, troca de horários sem comunicado, etc.

O PPS ocupa mais espaço nas considerações convencionais por ser o partido que apóia o governo estadual. E, por isso, por absoluta inexperiência, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, acabou tomando sucessivas atitudes dúbias em relação ao processo. Quis ficar de fora. Aliás, deveria ter ficado de fora. Cuiabá é um terreno minado para ele. Sua base eleitoral não é na capital, e ele tem revelado visíveis simpatias por Rondonópolis. E se o candidato do PPS vencer na capital, ele não terá lucros porque o prefeito Roberto França não permitirá. Se perder, perderá como governador.

Além do mais, a sua tese é a de deixar as eleições correrem e compor depois de outubro com os vencedores. Para o governador, Cuiabá é um atoleiro. Aliás, Várzea Grande também. Nestas duas cidades ainda teimam em resistir os dois últimos feudos da velha política coronelesca do passado. Nas duas cidades, ninguém vence além dos senhores feudais locais. Qualquer um perde. Só eles ganham. E se perdem, terceirizam a derrota.

De qualquer modo, vamos às eleições com cenários claros de muita desordem partidária e excesso de falta de conteúdo em alguns partidos. No mais, é só esperar!

Onofre Ribeiro é Jornalista em Cuiabá.




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