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Polícia Brasil
Terça - 15 de Junho de 2004 às 13:30
Por: Justina Fiori

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O projeto Sentinela, criado pelo Governo Federal para o combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, já registrou 59 casos em Rondonópolis somente nos cinco primeiros meses do ano. Desse total, 31 são de abuso e 13 estão contabilizados como exploração sexual. Os demais, são de violência física. Os dados podem não registrar a totalidade dos casos já que muitos deles acabam abafados pela própria família.

Cercada por garimpos e localizada num entroncamento rodoviário, Rondonópolis é apontada pela CPI do Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, do Congresso Nacional, como uma das cidades com maior incidência do problema em Mato Grosso. Na avaliação da coordenadora do projeto em Rondonópolis, Deise Pimentel, isso se deve à implantação do Sentinela, ocorrida em 2001, quando os casos ganharam mais visibilidade com a conscientização da população de que os casos devem ser denunciados. “Na verdade, a família e os vizinhos sempre ocultaram os casos. Agora, eles estão denunciando. Por isso, os números são reveladores”, diz.

Deise conta que 90% dos casos de abuso sexual ocorrem dentro da própria família e os agressores são, geralmente, pessoas muito próximas à vítima, como pais, padrastos, tios e primos. Por isso, uma das primeiras atitudes do projeto Sentinela, que atua em conjunto com delegacias de polícia e o Conselho Tutelar da Infância e Juventude, é afastar a vítima de seu agressor. A partir daí, ela recebe atendimento psicológico e médico.

No caso da exploração sexual de meninas adolescentes, o atendimento é dado mediante assistência psicológica, oficinas educativas e cursos de profissionalização. A exploração sexual é praticada principalmente pelos chamados “cafetões”, que convencem as adolescentes de que a vida na prostituição é muito melhor do que a vida de estudante ou em família. Como armas, oferecem motocicletas, celulares e roupas de griffe e uma falsa vida de glamour. No final, acabam endividadas e descobrem que a vida não tem o glamou prometido.

“Nossa atuação tenta mostrar para essas adolescentes que elas podem deixar a prostituição e que podem assumir uma outra profissão”, diz a coordenadora do projeto.

Segundo Deise, os 10 profissionais que atuam no Sentinela costumam fazer rondas noturnas nas ruas, bares e restaurantes para identificar possíveis casos de prostituição infantil. No trabalho, contam com o apoio de um disk-denúncia, onde recebem relatos de suspeitas da existência de prostituição infantil em vários pontos da cidade.




Fonte: Primeira Hora

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