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Politica Brasil
Terça - 15 de Junho de 2004 às 13:08

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O Brasil pode atrair mais de US$ 20 bilhões em investimento estrangeiro em 2005 e chegar a um risco-país de 200 pontos-básicos no ano seguinte, prevê o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan.

"Há muitos projetos que já estão sendo anunciados, há parcerias internacionais e eu creio que essa meta (de investimento) poderá não só ser atingida como ultrapassada," afirmou o ministro a jornalistas na segunda-feira.

A projeção do mercado é que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2005 seja de US$ 13 bilhões, segundo pesquisa do Banco Central com instituições financeiras. Para este ano a estimativa é de US$ 11 bilhões, contra os US$ 10,1 bilhões registrados no ano passado.

Furlan disse também que as exportações devem chegar a US$ 83 bilhões em 2004, contra US$ 73 bilhões em 2003, e que os setores ligados ao crescimento das exportações devem criar 200 mil empregos este ano.

Os números foram fornecidos durante palestra do ministro na 11ª Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento e Comércio (Unctad), que acontece em São Paulo.

No domingo, a Unctad divulgou estudo revelando que o investimento estrangeiro caiu pelo quarto ano consecutivo na região da América Latina e Caribe, de US$ 109 bilhões em 1999 para US$ 49 bilhões em 2003. Apesar disso, destacou que as perspectivas futuras são boas.

Furlan enfatizou que tem se dedicado a promover setores onde o Brasil não é tão conhecido no exterior. "Há setores que estão ligados à política industrial, aos bens de capital, à área de microprocessadores, software e mesmo em outros setores, como a área de biotecnologia", disse.

Em sua apresentação, Furlan destacou seis setores que oferecem alto valor agregado, identificando-os como "muito competitivos": material de transporte, aeronaves, automóveis e peças, material metalúrgico, petroquímicos e celulares.

Para atrair o capital estrangeiro, o governo anunciou nesta segunda-feira a criação de uma "sala de investidores" no Palácio do Planalto, que vai ficar a cargo do ex-superintendente-geral da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Walter Cover, e contará com representantes de 10 ministérios para reduzir a burocracia de investir no país.

Para o presidente da Fiesp, Horácio Lafer Piva, que participou da palestra, o governo vem se movimentando para atrair investimentos, mas ele só não é maior devido à falta de transparência aos investidores. Ele também destacou a necessidade de reformas como a política e a trabalhista.

Embora acredite que os 3,5% de crescimento previstos no país para 2004 "já estão dados", ele vê as perspectivas para os próximos anos com cautela.

"Estou preocupado se nós teremos a capacidade de fazer uma boa atração de investimentos para que tenhamos um crescimento sustentado acima de 4,5 por cento (ao ano) a partir de 2005", comentou.

Piva acrescentou que atingir essa meta depende também da definição de marcos regulatórios, do projeto da Parcerias Público-Privadas, travado no Senado, e do investimento em infra-estrutura, como em portos e estradas.




Fonte: Reuters Investor

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