Annan exorta muçulmanos a apoiar novo governo iraquiano

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), Kofi Annan, apelou nesta segunda-feira para os países muçulmanos apoiarem o novo governo interino do Iraque e afirmou em comunicado que o país tem boas perspectivas, apesar da contínua violência.

Em mensagem lida em uma reunião da OIC (Organização da Conferência Islâmica), de 57 países, Annan também pediu a Israel que pare com os assassinatos seletivos de militantes palestinos e disse que os palestinos devem suspender os ataques suicidas.

"O Iraque não é um Estado fracassado", disse Annan durante encontro de ministros do Exterior da OIC em Istambul, em mensagem lida por seu enviado especial ao Iraque, Lakhdar Brahimi.

"Eu apelo para vocês responderem favoravelmente ao pedido de apoio do governo interino", disse Annan, ressaltando que o Iraque tem uma força de trabalho educada e muitos recursos energéticos.

O novo governo do Iraque assume o poder formalmente em 30 de junho.

Um atentado suicida com carro-bomba deixou 12 mortos, incluindo cinco estrangeiros, e 50 feridos na manhã desta segunda-feira em Bagdá (capital do Iraque), disseram fontes médicas e diplomáticas. O ataque ressalta a grave situação de segurança que o primeiro-ministro Iyad Allawi enfrentará.

Outros representantes da OIC, incluindo a anfitriã Turquia, disseram que a ONU deveria liderar a reconstrução do Iraque.

O presidente da Turquia, Ahmet Necdet Sezer, disse em sua mensagem de abertura que os países da OIC precisam reformar seus sistemas políticos e econômicos, mas não fez referência direta à iniciativa do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para o Oriente Médio, que pretende promover a democracia no mundo islâmico.

A OIC, estabelecida em 1969, tenta representar os 1,3 bilhão de muçulmanos do mundo, ou um quinto da humanidade. Mas a organização não tem meios nem estrutura institucional para colocar em prática suas resoluções.