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Agronegócios
Sexta - 11 de Junho de 2004 às 10:19

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No pródimo mês de julho, Mato Grosso dará início à colheita de trigo irrigado e de sequeiro, a primeira, desde que o Estado passou a fazer parte do Zoneamento Agrícola da cultura, conforme as portarias de número 131 e 132, publicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em dezembro do ano passado. A garantia de mercado e a alternativa viável para a segunda safra de milho atraiu os produtores que aumentaram a área plantada de trigo no Estado.

O município de Primavera do Leste (230 km de Cuiabá, dobrou a área de trigo irrigado em relação ao ano passado e plantou 480 hectares, nesta safra. "Com investimentos em tecnologia e uso de insumos adequados, a produção pode ultrapassar 4 mil kg/ha", estima o engenheiro agrônomo, Hortêncio Paro, da Empresa de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), responsável pelo monitoramento das lavouras de trigo em Mato Grosso. Em Chapada dos Guimarães, a produção pioneira ocupa 43 hectares da Fazenda Buriti. De acordo com as estimativas do IBGE, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer) a produção de trigo em Mato Grosso em cinco mil hectares (ha) deve atingir mais de 11,5 toneladas.

O monitoramento das áreas plantadas é uma das ações previstas no Protocolo de Intenções assinado entre os Governos Federal e Estadual, produtores, indústria, empresas de pesquisa e assistência técnica, e agentes financeiros, no I Seminário de Desenvolvimento da Cultura de Trigo de Mato Grosso, promovido pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural (Seder), no final de 2004. No mês passado, o engenheiro agrônomo vistoriou oito propriedades em cinco municípios (Alto Taquari, Guiratinga, Jaciara, Campo Verde, Chapada dos Guimarães), que plantaram trigo sequeiro e, outras três áreas, que produzem trigo irrigado, em Primavera do Leste. Além da vistoria, Hortêncio Paro aplicou um questionário para saber quais as principais dificuldades que os produtores estão enfrentando, a tecnologia utilizada e as sugestões que possam subsidiar políticas públicas melhor o desenvolvimento do setor.

Os dados ainda não foram analisados, mas o engenheiro agrônomo da Empaer já tem algumas constatações. "Uma das principais dificuldades dos produtores de trigo do Estado é a falta de pesquisas para a identificação de variedades mais adequadas às condições de Mato Grosso. O número de técnicos capacitados também é escasso, gerando uma certa insegurança nos triticultores em relação à qualidade da assistência técnica no mercado", enumerou Paro. Por outro lado, a viabilidade econômica da cultura é inquestionável. "A produção irrigável é absolutamente viável. Alto Taquari produz há mais de 20 anos", considerou o engenheiro agrônomo, lembrando que quanto ao trigo de sequeiro ainda há dúvidas em função da falta de pesquisa de variedades adaptadas ao Estado.

O trigo irrigado tem mais potencial, porém o custo para o produtor é maior. Em 2003, os produtores de Mato Grosso investiram cerca de R$ 1,2 mil/ha na produção de trigo irrigado e em torno de R$ 650/há, no plantio de sequeiro.

Segundo o superintendente de Política Agrícola da Seder, Sérgio Simião, como previsto no Protocolo de Intenções o governo Maggi também realizou a capacitação de técnicos e produtores rurais antes do início do plantio de trigo, nos municípios de Alto Taquari (trigo sequeiro) e Primavera do Leste (irrigado). A proposta para a criação da Câmara Técnica do Trigo no Conselho Estadual de Desenvolvimento Agrícola (CDA) da Seder está sendo encaminhada.

O Brasil importa quase metade do trigo que consome. Em 2003, para atender a demanda de mais 10 milhões de toneladas foram importadas mais de 4,970 milhões toneladas. A produção nacional na safra passada foi de pouco mais de 5 milhões de toneladas.




Fonte: Agrojornal

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