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Politica Brasil
Segunda - 07 de Junho de 2004 às 14:41

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Dados da coordenadoria do Núcleo de Estudos, Pesquisa e Organização da Mulher (Nuepom) da Universidade Federal de mato Grosso (UFMT), concluiu que, a atual situação de pobreza mundial é responsável diretamente pela inferiorização da mulher no país. A constatação dos números negativos que a cada dia empobrece as mulheres brasileiras foi tema de abertura hoje (7) de audiência pública, na Assembléia Legislativa, em Cuiabá (MT).

O debate foi terceiro de um total de cinco, dentro da programação aprovada pela Câmara dos Deputados, que criou a comissão externa para estudar o empobrecimento das mulheres no Brasil. O objetivo é mudar o quadro apresentado pelas Nações Unidas, que verificou serem as mulheres, 70% dos pobres no mundo.

De acordo com os números brasileiros, 86 milhões de mulheres, mais da metade da população do país são pobres e excluídas das principais decisões política e econômica. Ainda segundo os dados, (84%), vive nas cidades, e apenas 17% atuam no mercado formal de trabalho.

Apesar de a força de trabalho feminina responder por 53% da população economicamente ativa, as mulheres ganham 69% do que os homens recebem. Mesmo ganhando menos do que os homens, as mulheres são chefes de família em 32% dos domicílios brasileiros.

"Nossa intenção é de aproximar os parlamentares da situação da mulher brasileira e debatermos com a sociedade propostas eficientes de inclusão da mulher à cidadania", afirma a relatora da comissão, deputada Luci Choinacki (PT-SC) que elabora relatório final para ser divulgado até o final de junho deste ano.

Também participaram do encontro, a deputada federal Celcita Pinheiro (PFL-MT) e a estadual Vera Araújo (PT) e autora do requerimento que propiciou a realização da audiência pública no Plenário Oscar Soares. Entre os convidados, o juiz de direito Mário Kono; a delegada da Delegacia da Mulher de Cuiabá Carla Patrícia Alves; a presidente do Conselho Estadual da Mulher, Vera Berteline; a coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas e Organização da Mulher (Noepom), Madalena Rodrigues e a diretora da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Mato Grosso, Maria Aparecida Cortez.

As próximas audiências serão realizadas nas regiões Nordeste e Norte. Na próxima segunda-feira (14), a CPI estará em Salvador; e, no dia 17, em Belém (PA). Nos dias 28 e 29 de junho, a Comissão Externa da Feminização da Pobreza realiza, na Câmara dos Deputados, o seminário internacional "Por um Brasil sem desigualdades".

A professora Madalena Rodrigues, coordenadora do (Nuepom-UFMT) reafirmou que a pobreza afeta indistintamente as mulheres de todas as raças. “Estamos longe de ver respeitada nossa cidadania”, admitiu.

As estatísticas foram comparadas pela apresentadas pela presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Vera Bertolini. “As mulheres estão sempre aquém de todos os avanços”, disse.

Bertolini disse que a discriminação também ocorre em setores públicos, como por exemplo, prefeituras dos 139 municípios mato-grossenses. Segundo ela, 94,96% das vagas conquistadas nas eleições, são ocupadas por homens.

Enquanto que, 46,15% da população feminina está apta a votar. Dos 24 deputados estaduais há somente uma mulher, Vera Araújo (PT) e na Câmara dos Deputados, apenas três mulheres, Celcita Pinheiro (PFL), Teté Bezerra (PMDB) e Thelma de Oliveira (PSDB).

O juiz Mário Kono foi além, ao afirmar a existência da discriminação contra as mulheres. “Se Deus deu à mulher o dom de dar à luz é porque acredita no poder da mulher”, disse o juiz.

Ele abordou inúmeras questões que são levadas ao Judiciário pelas mulheres. “São homicídios, estupros, ameaças graves. As mulheres ameaçadas têm que procurar os juizados e todos os locais onde possam fazer suas reclamações”, recomendou.




Fonte: AL

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