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Politica Brasil
Sábado - 05 de Junho de 2004 às 11:47
Por: Vannildo Mendes

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Brasília - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, convocou nesta sexta-feira cadeia nacional de rádio e televisão para fazer um balanço do combate à corrupção no governo e mandar um recado aos ladrões dos cofres públicos: "O combate à corrupção irá até onde nunca foi antes e vai pegar quem tiver que pegar". Thomaz Bastos mostrou os resultados das últimas operações da Polícia Federal, que levaram dezenas de pessoas à prisão, entre os quais juízes, delegados federais, políticos, empresários e servidores públicos graduados, alguns deles ligados ao próprio governo petista.

Entre as investigações, o ministro deu ênfase à Operação Vampiro, que desmantelou "uma verdadeira rede de corrupção", instalada há mais de dez anos no Ministério da Saúde. Ele lembrou que a operação levou à prisão de 17 pessoas e ao afastamento de 25 funcionários da Pasta envolvidos em concorrências fraudulentas. Entre os punidos, o ministro fez referência ao ex-coordenador-geral de Recursos Logísticos do Ministério, Luiz Cláudio Gomes da Silva, amigo do ministro Humberto Costa. "Até um auxiliar graduado, recém-nomeado pelo próprio ministro já tinha sido atraído pela quadrilha".

Thomaz Bastos observou que a Justiça terá todos os elementos para julgar o caso o mais depressa possível. Informou também que, livre da "máfia" que assaltava seus recursos, o Ministério da Saúde poderá desempenhar suas atividades de forma mais eficiente. Para ele, o caso é exemplar. "A forma como esta operação foi feita é um exemplo a ser seguido", avisou o ministro, indicando que outros ralos de corrupção do governo serão objeto de investigações.

Ele ressalvou que a iniciativa de investigar a quadrilha partiu de Humberto Costa, no ano passado, tão logo percebeu os indícios de corrupção. "O ministro me enviou ofício sigiloso, solicitando uma rigorosa investigação, pois suspeitava que um grande e antigo esquema de corrupção estava entranhado em seu ministério", relatou. Outros exemplos citados foram as operações Anaconda, que prendeu juízes, empresários e delegados da própria Polícia Federal e a Gafanhoto, que desmantelou a quadrilha que fraudava a folha de pagamento do funcionalismo público de Roraima. Um dos indiciados é o governador do Estado, Flamarion Portela, na época filiado ao PT.

O ministro fez referência também à operação que prendeu, esta semana, o mafioso chinês Law Kin Chong, o maior contrabandista em atividade no Brasil. Segundo Thomaz Bastos a missão que o presidente Lula delegou a ele e ao controlador-geral da União, Waldir Pires "foi a de lutar, de todas as formas possíveis contra essa verdadeira praga, a corrupção, que corrói e envergonha o nosso País".

Ele lembrou que os resultados obtidos são um sinal de novos tempos. "Todo o esforço da administração será para que, cada vez mais, no nosso País, a palavra corrupção não seja mais sinônimo de impunidade, passando a significar investigação e cadeia para todos os culpados", concluiu.





Fonte: Estadão.com

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