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Cultura
Sexta - 04 de Junho de 2004 às 16:31

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Atores que dão vida ao macabro na Broadway, nos papéis de um assassino de presidente e de um serial killer pedófilo, competem no domingo pelos prêmios mais importantes da Broadway, os Tony Awards.

As atuações de Denis O'Hare no musical "Assassins" e de Brian F. O'Byrne em "Frozen" convocam o público a analisar suas atitudes em relação à moral e ao perdão, em espetáculos que seguem caminhos incomuns na Broadway.

"Assassins", um inteligente estudo histórico de Stephen Sondheim sobre assassinos e candidatos a assassinos de presidentes norte-americanos, foi encenado pela primeira vez em 1990, no pequeno teatro Playwrights Horizon.

Depois de ser aperfeiçoado e de passar por várias produções regionais em diferentes partes do país, o musical finalmente foi programado para ir à Broadway, em 2001.

Mas o plano foi descartado após os ataques de 11 de setembro daquele ano, já que o terrorismo doméstico passou a ser visto como tema delicado demais. A peça finalmente entrou em cartaz em abril deste ano.

Um dos candidatos a assassinos mostrado no musical, Samuel Byck, planejou sequestrar um avião e chocá-lo contra a Casa Branca, com o intuito de matar o presidente Richard Nixon.

Mesmo hoje a platéia se mostra dividida em suas reações ao espetáculo, que tem atuações excelentes e uma encenação belíssima, mas é difícil de aplaudir.

"Nem todo o mundo gosta", comentou O'Hare, que faz o papel de Charles Guiteau, um advogado com problemas mentais que matou o presidente norte-americano James Garfield a tiros em 1881.

"As pessoas ficam confusas. Ficam comovidas e, ao mesmo tempo, sentem repulsa. Elas riem e, no instante seguinte, ficam horrorizadas. Não sabem o que pensar."

O'Hare, que no ano passado recebeu o Tony de melhor ator por "Take Me Out", foi indicado para melhor ator em musical, categoria que inclui também seu colega de elenco Michael Cerveris (no papel do assassino de Abraham Lincoln), John Cariani (do musical "Fiddler on the Roof"), Raul Esparza ("Taboo") e Michael McElroy ("Big River"). ASSASSINO DE CRIANÇAS "Frozen", de Bryony Lavery, foi indicado para o Tony de melhor peça e apresenta um triângulo dramático que gira em torno do pedófilo assassino Ralph, representado por O'Byrne.

O ator ilumina o palco minimalista enquanto interage com um acadêmico que estuda seu caso para fins de pesquisa e, num confronto que ocorre 20 anos depois do fato, com a mãe de uma de suas vítimas, representada de maneira comovente por Swoozie Kurtz.

O'Byrne já foi indicado ao Tony duas vezes antes, por "The Beauty Queen of Leenane" e "The Lonesome West".

O ator disse que o público parece estar recebendo uma mensagem de inspiração da peça, a primeira encenada na Broadway pelos diretores do MCC, Robert LuPone e Bernard Telsey, desde que fundaram seu grupo de teatro em 1986.

"Acho que ninguém que sai do teatro acha que a história fala apenas de um serial killer e de como funciona sua cabeça", disse O'Byrne.
Além de O'Byrne, foram indicados ao Tony na categoria melhor ator em peça de teatro Tom Aldredge ("Twentieth Century"), Ben Chaplin ("The Retreat from Moscow"), Aidan Gillen ("The Caretaker") e Omar Metwally ("Sixteen Wounded").




Fonte: Cuiabá

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