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Meio Ambiente
Terça - 01 de Junho de 2004 às 17:44
Por: Fabíola Salvador

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Brasília - A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse nesta terça-feira que um dos grandes desafios do atual governo é fazer a mediação entre o desenvolvimento econômico e o respeito ao meio ambiente.

"Não se pode aceitar que recursos de milhares e milhares de anos sejam sacrificados para lucro de apenas meia dúzia de anos", alertou, durante cerimônia de posse dos novos integrantes da Comissão de Política e Desenvolvimento Sustentável (CPDS) e da Agenda 21 Brasileira.

Integram o conselho 17 representantes da iniciativa privada e do governo. A agenda é um programa de ação mundial para promover um novo padrão de desenvolvimento sustentável, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica.

A posse faz parte de uma agenda de comemorações da Semana do Meio Ambiente.

Dificuldades

A ministra lembrou que a grande dificuldade é implementar as recomendações da Agenda 21, conciliando aspectos econômicos, sociais e ambientais. A prioridade são as recomendações locais, com destaque para sugestão de políticas desenvolvidas para os municípios mais pobres do País.

"Com as empresas, a comunidade científica, movimentos sociais e organizações não-governamentais poderemos criar uma nova fase para o desenvolvimento e preservação dos recursos no País", disse a ministra. A CDPS foi criada em 1997.

Críticas

A posse da comissão ocorre um dia depois que o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Lessa, criticou duramente a área econômica e à política ambiental do País, em palestra para magistrados no Rio.

Segundo Lessa, o “não” dos órgãos ambientais paralisa tanto a economia quanto um “não” do ministro Palocci. “Há uma quantidade enorme de projetos que estão paralisados por falta de licença ambiental”, reclamou, citando hidrelétricas, o porto de Santarém e um sistema de transporte hidroviário no Rio Araguaia.

“Tem dois rebocadores e quatro barcaças que não podem trafegar no Rio Araguaia porque a margem direita é dos índios”, apontou.

Na sua opinião, a legislação ambiental brasileira é “muito defensiva” e facilita a suspensão de obras. “Fomos tão ambientalistas que acabamos construindo uma barreira”, avaliou.




Fonte: Estadão.com

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