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Economia
Terça - 25 de Maio de 2004 às 18:24
Por: João Caminoto

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Xangai - O ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, explicou hoje que a eventual venda do urânio brasileiro para China “somente se justificaria se financiasse a produção em escala industrial no Brasil de urânio enriquecido para abastecer as usinas de Angra 1 e Angra 2”. Segundo ele, o Brasil já investiu mais de US$ 1 bilhão no programa nuclear e não pode desperdiçar isso por carência de investimentos. “Seria lamentável se não tivéssemos condições de preservar todo esse esforço”, disse.

O Brasil possui somente duas fases das quatro do processo industrial de enriquecimento do urânio: extração e seleção do minério. Na terceira fase, a de hexafloreto, quando o minério é transformado em estado gasoso, o processo é feito no Canadá. Na quarta fase, o urânio é colocado em centrífugas na Europa. O País gasta cerca de US$ 12 milhões anuais para completar no exterior esse processo de enriquecimento de urânio para as suas usinas de Angra 1 e Angra 2.

O Brasil já desenvolveu, em laboratório, uma tecnologia para a centrifugação que, segundo Campos, é a mais avançada do mundo e que também interessa aos chineses. Em outubro próximo, o Brasil deve inaugurar em Resende, no Rio de Janeiro, o primeiro módulo de centrifugação em escala industrial, embora ainda sejam necessários recursos orçamentários suplementares para isso. “Mas para termos capacidade independente de abastecer as duas usinas, e talvez a Angra 3, vai levar muitos anos se não tivermos recursos suficentes”, disse.

Para o ministro, o programa nuclear brasileiro, para ser modernizado precisaria de recursos de US$ 750 milhões. Caso essa conta inclua a construção de Angra 3, o valor saltaria para US$ 1,5 bilhão.




Fonte: Estadão.com

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