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Cidades/Geral
Quarta - 19 de Maio de 2004 às 18:59
Por: Antônio de Souza

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Brasnorte, MT – Quando os 340 km que separam os Municípios de Campo Novo do Parecis e Juína estiverem completamente asfaltados (obra que o governador Blairo Maggi garante concluir até o fim da sua gestão, em 2006), muito mais do que algumas centenas de quilômetros de pavimentação asfáltica do Programa Estradeiro (o ambicioso projeto rodoviário comandado pelo secretário de Infra-Estrutura, Luiz Antonio Pagot, e que prevê 2,4 mil km de asfalto até o fim do mandato do governador), o Noroeste de Mato Grosso estará se consolidando como a mais nova fronteira agrícola do Estado – muito provavelmente, da Amazônia.

O ponto de convergência dessa nova fronteira praticamente já está definido: é a cidade de Brasnorte, distante 567 km de Cuiabá. Situada entre os dois Municípios (a 180 km de Campo Novo do Parecis e a 160 km de Juína) cuja ligação asfáltica constituiu-se, hoje, numa espécie de sonho dourado de milhares de agricultores e num compromisso de honra do governador Blairo Maggi, Brasnorte só começou a se preparar, de fato, para essa nova realidade há pouco mais de dois anos, embora há cerca de 26 anos, quando teve início o processo de colonização, experimente um considerável surto de desenvolvimento. Nesse período de pouco mais de um quarto de século, Brasnorte esteve praticamente relegado ao esquecimento por parte do Governo do Estado e só no ano passado, com a posse do governador Blairo Maggi, teve início um trabalho de parceria com a Prefeitura, o que vem oportunizando uma série de benefícios para a região, com destaque para o asfaltamento da MT-170.

No início da colonização, em março de 1978, no rastro dos tratores que promoveram o desmatamento para a extração de madeira (hoje, ainda, um dos pilares da economia municipal) e para a formação do pasto que engorda nada menos do que 330 mil cabeças de gado, os produtores passaram a vislumbrar a chance de alternar a atividade madeireira e/ou pecuária com a agricultura. Mais especificamente, com o cultivo do grão que, como se sabe, é hoje o símbolo das fronteiras de expansão do Interior brasileiro – a soja. E a esperança, num misto de certeza, de que esse sonho se concretizará nasce, também, no rastro que as escavadeiras, as patróis e as motoniveladoras deixam ao longo da MT-170, no já adiantado processo de pavimentação asfáltica dos 340 km da rodovia estadual.

A exemplo do que ocorre no Sul do vizinho Estado do Pará, a mais nova fronteira agrícola brasileira, em Brasnorte, em breve, os campos de soja encontrarão na floresta amazônica a opção para o incremento da economia do Noroeste de Mato Grosso. Enquanto o asfalto não vem, a economia municipal permanece baseada na indústria de desdobramento e beneficiamento de madeiras, pecuária de corte, agricultura, comércio e prestação de serviços.

INVESTIMENTOS – Brasnorte se prepara para entrar no lucrativo complexo da soja (grãos, farelo e óleo), que hoje responde por nada menos do que 14% das exportações do País. Essa nova realidade começa a tomar corpo, por exemplo, com a instalação, no Município, de grandes empresas do agronegócio, como a Amaggi, de propriedade da família do governador Blairo Maggi; a Cargill; e a multinacional (holandesa) Bunge Alimentos, instaladas ao longo da MT-170, entre Brasnorte e Campo Novo do Parecis.

Hoje, o perfil sócio-econômico revela que o Município planta 153 mil hectares de soja, 9 mil de algodão herbáceo, 15 mil de milho (primeira safra) e 25 mil hectares de milho (segunda safra). Algumas propriedades já iniciaram o cultivo de girassol, para a fabricação de óleo vegetal.

Na pecuária, o Município se destaca pela existência, nos pastos, de 330 mil cabeças de gado, das mais variadas raças. A empresa paranaense Berneck, do ramo madeireiro, dispõe de 27.500 hectares de terras, com cerca de 20 mil cabeças, sendo a maior do setor em Brasnorte.

A mesma Berneck, localizada às margens da MT-170, entre Brasnorte e Juína, também é a maior empresa do setor de exploração de madeira, sendo responsável pela maior parte dos 230 mil metros cúbicos do produto industrializado anualmente no Município. São, por exemplo, 2 mil hectares somente para o cultivo de teca, uma madeira nobre utilizada na fabricação de piso de lanches e iates, móveis de piscinas e móveis para jardins e que é exportada para países como China, Japão, Itália, França e Trinidad-Tobago. Pelo menos 50% da área são de reserva ambiental. A empresa gera 110 empregos diretos e pelo menos outros 80 indiretos e é uma das maiores contribuintes, na região, do Fundo Estadual para Transporte e Habitação (Fethab), que garante a construção de casas populares e rodovias em Mato Grosso.

GERAÇÃO DE EMPREGOS - Para a prefeita Isolete Correa Rodrigues (PFL), Brasnorte aposta no setor do agronegócio como saída para o aumento da arrecadação municipal, bem como para resolver a questão do desemprego. Ela lembra que o setor contribui para isso na medida em que não só tem ajudado a desbravar regiões, como colabora para a criação de novos pólos de desenvolvimento no Interior de Mato Grosso – de resto, do País.

Para se ter uma idéia, conforme levantamentos do IBGE, enquanto a economia nacional encolheu 0,2% em 2003, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil agrícola aumentou 5%. Ademais, um em cada 3 reais gerados na economia nacional tem algum tipo de ligação com o setor agropecuário.

“Com vinda do asfalto, até o final da gestão do governador Blairo Maggi, definitivamente, Brasnorte será a bola da vez em matéria de investimentos”, diz a prefeita Isolete Rodrigues, apostando nas parcerias com o Governo do Estado e que, segundo ela, têm sido responsáveis pela velocidade que se imprimiu ao crescimento do Município a partir de 2003.




Fonte: Secom - MT

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